Título: O Amante da Princesa
Editora: Verus
Páginas: 224
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Se você procurar nos livros de história, verá que de fato a princesa do Brasil Maria Amélia de Bragança foi noiva do arquiduque da Áustria, Maximiliano Habsburgo. Mas as semelhanças com a realidade se interrompe ai e a diversão da Larissa Siriani ao abordar seu fugaz noivado inicia. Em O Amante da Princesa, acompanhamos um amor tórrido e impossível por outro personagem, o melhor amigo de Maximiliano: o mulherengo Klaus Brachmann.
Tendo de paisagem o belíssimo Palácio das Janelas Verdes, em Lisboa, acompanhamos os questionamentos da princesa esquecida em um casamento por conveniência e sua resignação em agir como manda sua posição, apesar de seus sonhos e desejos por mais. Seu noivo é um estranho, e por mais que compreendesse sua situação, se pergunta se seria possível pelo menos se tornarem amigos e se o arquiduque corresponderia aos seus anseios criativos – poderiam falar sobre livros, ópera e política?
De sua parte, Maximiliano também não está lá muito contente com o casamento, e recai a seu melhor amigo, Klaus, distrair o falatório da princesa – que, coitada, só tenta se conectar com o noivo de alguma forma.
É então que começa a se desenvolver nosso haters-to-lovers com gosto. Amelia rejeita tudo o que Klaus significa e ele, por sua vez, vê graça nisso e usa para provoca-la como pode. Esse desagrado mútuo começa a se complicar ao perceberem que tem mais em comum do que parecem – e para Amelia fica ainda mais complicado resistir à boca e mãos hábeis do garanhão.
“Se quer aprender comigo, tem que ler meu corpo primeiro. Toque-me. Conheça-me, assim como a conheci na biblioteca.”
No decorrer de um mês essa relação de gato-e-rato se torna cada vez mais sexy e perigoso. Ao passo que Amelia descobre mais sobre seu corpo e sobre prazer, ela se vê encurralada ao descobrir sentimentos pela pessoa errada. E seria a redenção de Klaus, um solteiro convicto e mulherengo, justamente o amor por Amelia, impossível de tantas formas?
O Amante da Princesa é uma leitura rápida e prazerosa, alternando capítulos entre o ponto de vista de Amelia e de Klaus. É muito divertido acompanhar a mudança de sentimento entre eles – que passa de desgosto, para tolerância, e então o tesão se mistura com o amor para a confusão mental dos dois que não entendiam o que estava acontecendo. Chef Kiss. Dava vontade de entrar no livro e gritar come eles para se resolverem logo!
Algo que gostei particularmente foi como a Lari desenvolveu as aventuras sexuais da Amelia. Pra ser mais específica, não fez a Amelia uma virgem totalmente ignorante ao sexo, ao mesmo tempo que trabalhou a culpa cristã e sua resistência – algo inclusive muito presente ainda nos dias de hoje. Mas acima de tudo eu gosto que apesar de ter liberdades criativas na história, ela ainda tem raízes na realidade, e com personagens que de ato possuem personalidade, mesmo os mais secundários de todos. Tem uma fluidez na leitura e na ambientação, uma consistência na narrativa, que me permite mergulhar na leitura e ver o que acontece com facilidade.
Embora tenha criado uma história em cima de outra história, há muito contexto histórico envolvido e a forma que a Lari desenvolveu a Amelia e considerando as coisas que li sobre ela depois, sei lá, pra mim poderia muito bem ser realidade! Inclusive visitar o Palácio das Janelas Verdes está agora na minha lista de lugares a visitar (quem sabe eu não conheça meu Klaus, mas menos trágico?)
“Não o amo. Não posso amá-lo. Pois amá-lo significaria jamais poder deixá-lo partir. E, para nosso próprio bem, sei que muito em breve é exatamente o que terei de fazer.”
Me diverti, me apaixonei… e chorei. Muito. Eu tinha um fiapinho de esperança que a Lari pudesse tomar mais liberdade no final e fazer algo diferente da realidade (eu estava mais me iludindo, na verdade) e muito embora ela tenha dado um fim bonito, não evitou a tragédia da história da Princesa Maria Amelia de Bragança – após terminarem a leitura indico fortemente para que pesquisem um pouco sobre a princesa, interessantíssimo!
Eu amei a leitura, e se você curte livros de época, tenho certeza que também irá amar, especialmente por ser assim, tão pertinho de casa e familiar como é O Amante da Princesa.