TRILOGIA CASTLES EVER AFTER, por Tessa Dare/Editora Gutemberg
Romance com o Duque: 256 páginas | amazon, submarino, americanas
Diga Sim ao Marquês: 288 páginas | amazon, submarino, americanas
A Noiva do Capitão: 256 páginas | amazon, submarino, americanas
Eu estava enfrentando uma ressaca literária muito chata esse ano. Começando diversos livros e não terminando um, sentindo falta daquele gostinho da leitura que me impulsionasse para frente. Um dia abri o Kindle Unlimited em busca de inspiração, procurando um livre leve e fácil de ler, uma farofinha boa pra passar o tempo e que, se tivesse sorte, me ajudasse a dar seguimento nas minhas leituras. Foi quando me deparei com Romance com o Duque, primeiro livro da trilogia Castles Ever After e me apaixonei pela Tessa Dare! Eu já conhecia a autora através do Twitter, mas ainda não tinha lido nada (como disse, meu ritmo de leitura está bem ruim) e estou achando absurdo por não ter começado antes!
Já li diversos romances de época, mas raramente seguidos um do outro porque acabo enjoando da narrativa por sentir que estou lendo a mesma coisa com nomes diferentes. Então quando comecei o primeiro não esperava sinceramente que fosse ficar tão agarrada e que emendaria um livro no outro!
A trilogia Castle Ever After se passa no mesmo universo, porém focado em famílias diferentes – de forma que você não precisa ler um para ler o outro, pode ler qualquer ordem que não tem spoiler nenhum, são histórias bem independentes entre si. O que liga os livros é que cada uma das mocinhas recebe de herança um castelo de um mesmo parente distante. E o que cada uma quer fazer com eles vira o desenrolar da narrativa.
Uma das coisas que mais gostei é que, de personalidades totalmente diferentes, as três líderes são muito determinadas e decididas a escreverem sua própria história. Tessa não ignora contexto de época, mas também não se utiliza disso como desculpa para personagens abusivos sem problematizar suas ações, afinal, é a visão contemporânea sobre o inicio do século 1800, algo que acho importantíssimo. Ela conseguiu dar voz às mulheres nascidas naquela época sem cair em clichês tediosos ou coloca-las como submissas sem personalidades. A sociedade muda, mas a luta sempre existiu de acordo com cada vivência e isso é algo que eu nem sempre encontro nas leituras.
São mulheres que, apesar da sociedade, tentam sobreviver e fazer o melhor para serem felizes e conquistarem seu espaço para poder fazer suas escolhas. Enfrentam o machismo, a expectativa da família e limitações impostas pela sociedade. E os mocinhos? Se tornam aliados, aprendem e respeitam, isso sem soar falso ou irreal.
Em Romance com o Duque, a imaginativa e sobrevivente Izzy tenta recomeçar sua vida após perder tudo com a morte do pai, já que, por ser mulher solteira, não herdaria nada. Tendo apenas o Castelo em seu nome, ela se dirige até o interior da Inglaterra apenas para encontrá-lo acabado e sobre o domínio do taciturno Duque Ramson, um homem machucado por dentro e por fora que contesta a legitimidade do testamento. Com um ar a la A Bela e a Fera, os dois acabam entrando num acordo de conviverem sobre o mesmo teto para trabalharem juntos e organizarem a finança do castelo a fim de por na dúvida.
Já em Diga Sim ao Marquês, a doce e elegante Clio enfrenta a humilhação de um noivado de 8 anos sem perspectiva para finalmente casar com seu noivo diplomata. Cansada e sentindo-se rejeitada, ela decide dar fim no noivado e montar seu próprio negócio no castelo que herdou. Ela só não contava que Rafe, o cunhado boxeador, iria se recusar a assinar os documentos enquanto o irmão viaja, tentando convencê-la a todo custo a esperar pelo noivo.
A Noiva do Capitão, talvez o volume mais famoso e amado, conta a história da introvertida e ansiosa Madeline, que num ato de desespero para fugir dos salões de baile, inventa um noivo para o qual escreve religiosamente. Ela só não esperava que Capitão Logan Mackenzie realmente existisse e estivesse recebendo suas cartas, aparecendo inesperadamente em seu castelo exigindo que ela cumprisse a promessa de casamento.
Com enredos criativos e diferentes do que estou acostumada a encontrar, são fáceis de ler, com uma narrativa fluída e envolvente, sem subestimar o leitor. Eu diria que são ótimas escolhas para quem busca leituras leves ou que, como eu, estão tentando sair de ressacas literárias. Mal posso esperar para ler mais de Tessa Dare!
