Ficha Técnica
Título Original: The Book of Madness and Cures
Título Brasileiro: O Livro da Loucura e das Curas
Autor(a): Regina O’Melveny
Ano: 2013
Editora: Novo Conceito
Páginas: 350
Sinopse: Gabriella Mondini é uma médica com estranhos poderes de cura, poderes que vão além de seus conhecimentos científicos. No fim do século 16, uma mulher médica — e tão sensível quanto ela — é praticamente uma heresia. Assim, se quiser continuar praticando a medicina, deverá ter o aconselhamento de um homem.

Seu pai, também médico, seria o conselheiro ideal, mas ele a abandonou há dez anos: saiu em busca de curas inimagináveis por uma Europa cheia de crendices e magias. E, agora, por meio de suas poucas cartas, é possível perceber que sua sanidade mental está desaparecendo.

Disposta a reencontrar o pai e, quem sabe, salvá-lo a tempo de continuar praticando a medicina, ela atravessa os Alpes da Suíça e os campos da Alemanha, encontra-se com os maiores médicos da Europa e caminha por cidades e vilarejos estranhos até chegar ao Marrocos.

Até o fim de sua aventura, ela tentará conquistar a sabedoria tão desejada, mas também terá que lidar com o conhecimento dos segredos de sua família, que são, afinal, os seus próprios segredos.

O Livro da Loucura e das Curas é uma história diferente. Primeiro, não é sobre um romance cheio de pedras pelo caminho; é o amor e devoção de uma filha em busca do pai. Segundo, a realidade e o misticismo andam juntos, mas de tal maneira equilibrados e a ‘magia’ e tão sutil e simbólica que pode muito bem ser real, dando leveza ao tema tão saturado. Tudo bem, esses dois pontos não são exatamente novidade por ai, mas Regina conseguiu a proeza de escrever algo único e dando realidade ao tema histórico, uma mistura de Philippa Gregory com Marion Zimmer. Diferente.
Acompanhamos a busca de Gabriella, uma médica que enfrenta muitos problemas para exercer a profissão, por seu pai que, após ter caído no mundo em busca de curas para diversas doenças e terminar assim seu livro, parou de dar notícias há mais de um ano. Mas o pior é que Gabriella desconfia que sua sanidade esteja desaparecendo. E ela não pode deixa-lo sozinho.

“A senhorita não deve ir em direção ao norte, sabe. Há pessoas que vão denunciá-la em nosso país. Uma mulher médica é quase uma bruxa!”

Em passeio pela história do final do século 16, conhecemos um pouco sobre a medicina da época e várias partes da Europa – e a forma diferente de como Gabriella é tratada em sua viagem, por vezes tendo que se vestir de homem e outras sendo muito bem tratada como mulher. Honestamente, eu não sei até onde as passagens históricas são reais ou inventadas, mas é tudo tão bem escrito e situado, que o que Gabriella passa parece-me bem verossímil.

O livro é encantador e suave, apesar de Gabi passar por diversas coisas. A escrita de Regina é cativante e o simbolismo das doenças que a médica anota em seu caderno é muito interessante e posto de uma forma um tanto quanto poética. Simplesmente lindo.

“Algumas mulheres pensam no amor como algo em elevação, mas eu sempre o conhecera como descrente, onde eu poderia perder a mim mesma ou ao meu amado. Um encantamento e depois a separação, pior que a solidão original. Assim sendo, eu temia a felicidade.”

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