Literatura Nacional
Título: A Casa de Vidro (As Estações #1)
Autor(a): Anna Fagundes Martino
Páginas: 87 (e-book kindle)
Editora: Dame Blanche
A Casa de Vidro é uma novela (maior que um conto, mas menor que um romance) que se passa entre o fim do século 19 e início do século 20, alternando as passagens entre o passado e o presente. A história circunda Eleanor, uma jovem abastada cujo pai construiu na propriedade uma enorme estufa, tendo como seu jardineiro o misterioso Sebastian. O rapaz não é simplesmente habilidoso com as plantas, mas parece chegar a ser mágico a maneira como a natureza responde a ele.
Com uma narrativa fluída e fácil, Anna nos envolve rapidamente na trama misteriosa e mágica, acompanhando uma Eleanor curiosa e fascinada com o novo empregado que parece não ser dessas terras e logo parecemos ela mesma: cheios de perguntas e com poucas resposta. De onde Sebastian vem? Porque ele parece tão inalcançável em seu silêncio? Como é que flores primaveris brotam em pleno inverno de um dia para outro? Mas, ao contrário da jovem, não temos quase nenhuma explicação, e eu ainda não consigo decidir se isso é bom ou ruim.
A minha sensação era de que eu estava lendo algo parte de um mundo maior, como se fosse um conto à partir de um romance. Entretanto, como não é um caso, parecia que faltava informação para deixar o livro mais concreto, sabe? Faltou tempo para desenvolver melhor a narrativa e personagens; eu vi muito potencial para algo mais que não foi tão aproveitado. Vou utilizar o termo “morno”, porque eu gostei muito do que li no decorrer das páginas, não está mal construído, pelo contrário, consegui ver que foi bem pensado. Mas ainda não chegou naquele ponto certo, na “temperatura” certa onde está tudo equilibrado o suficiente para que meu coração seja arrebatado – faltou pouquinho, viu.
Até certo ponto, por se tratar de uma narrativa fantástica, não dar todas as respostas é algo positivo, pois adiciona um ar mais mágico e nos deixa mais curiosos. Mas, da minha parte, tinha perguntas demais do começo ao fim que não consegui responder, acabou atrapalhando mais que ajudando. Não sei se foi intencional da autora, como se ela quisesse testar a água com noveletas antes de lançar um livro mais robusto sobre este mundo (Oi! Quero!), mas apesar de ter adorado a leitura e de ter adorado conhecer Eleanor e Sebastian, no final a sensação de faltar algo me foi um tanto incômoda. Só sei que eu quero mais, de preferência que venha em um romance cheio de páginas, ia amar conhecer e compreender o que foi criado!
Descobri depois que A Casa de Vidro é parte de uma trilogia, sendo o primeiro livro. Cada um, pelo que pude observar das sinopses, é um livro independente e individual, apesar de partilharem o mesmo universo estabelecido no primeiro. Todos tem essa capa ligada à flores Estou ansiosa para ler os dois próximos (já estão disponível na Amazon!) e descobrir mais sobre esse vínculo interessante com a natureza. Em segunda nota, só queria deixar registrado que o que me atraiu de cara foi primeiro a capa linda e em seguida o título, a vontade é ter a trilogia fisicamente enfeitando minha estante.