Título Original: Sarah’s Key
Título Brasileiro: A Chave de Sarah
Autor (a): Tatiana de Rosnay
Ano: 2008
Editora: Suma das Letras
Páginas: 312
Sinopse: Julie Jarmond foi incumbida de fazer uma matéria sobre a concentração do Vel’ d’Hiv’ (um terrível episódio onde milhares de judeus foram presos em Paris antes de serem enviados à Auschwitz) em seu aniversário de 60 anos. Entretanto, sua pesquisa se tornará mais séria e pessoal quando ela descobre que uma dessas famílias e a sua possuem um passado misterioso.

Julia Jarmond é americana radicada em Paris; jornalista e casada com o grosso e francês Bertrand Tézac, com quem tem uma filha – Zoe, ela recebe a responsabilidade de fazer uma matéria sobre os 60 anos da concentração do Vel’ d’hiv’, um estádio que ficava no meio de Paris no qual quase 13 mil judeus foram presos em situações precárias antes de serem enviados para os campos de concentração.
Chocada por não saber muito sobre o evento e surpresa com o silêncio dos próprios parisienses, Julie se dedica cada vez mais a matéria. Dessa forma, descobre que o apartamento que seu marido está reformando, um que pertenceu à família desde aquela época, foi cenário de momentos de dor de uma família judia. Qual será o envolvimento dos Tézac?

“Em todos os seus 10 anos de idade, nunca tinha visto a mãe chorar. Horrorizada, observava as lágrimas deslizarem pelo rosto pálido e amarrotado da mãe.”

Sarah Starzynski tinha dez anos quando foi tirada de sua cama e levada com os pais para fora de seu apartamento por homens de uniforme. Ela não sabia a gravidade daquela situação, e seu irmão mais novo, Michael, estava com sono e com medo; escondeu-se no armário na parede e Sarah prometeu que voltaria para busca-lo na manhã seguinte.
Uma história emocionante e comovente, iniciada 1942 encontrando seu final, não tão feliz, em 2002, A Chave de Sarah remete à guerra e a extensão de suas cicatrizes. O sofrimento dos judeus, a vergonha da sociedade e também como a compaixão humana pode ligar pessoas que nunca se conheceram.

“Não. Você vai ver. Nada mudou. Ninguém se lembra. Por que deveriam? Aqueles foram os dias mais sombrios de nosso país.”

A narrativa é divida entre o ponto de vista da Sarah, lá em 1942, e o de Julie, em 2002. Os pontos de vista são escritos de formas diferentes: o de Sarah utiliza-se a 3ª pessoa e o de Julie, 1ª. As fontes também são diferentes. Julie investiga a trajetória de Sarah e quando esta desaparece, também param os capítulos da menina e ficamos dependentes dos descobrimentos da jornalista.
O livro é lindo e um anto angustiante. A segunda guerra foi um período bem intenso e terrível na história da humanidade, e a escrita de Tatiana é tão boa que parecia que estava lá nos anos 40 vivenciando aquilo. Tristeza, revolta e esperança misturados com o medo que eu sentia por Sarah, torcendo para que tudo ocorra bem à menina.

A Chave de Sarah foi adaptado para filme em 2010. Eu não tive a oportunidade de assistir, mas espero poder ver logo.
Avaliação: