Título Original: I Am Number Four
Título Brasileiro: Eu Sou O Número Quatro
Autor(a): Pittacus Lore
Ano: 2011
Editora: Intrínseca
Páginas: 350
O planeta Lorien é um dos dezoito planetas habitáveis em nossa galáxia. Após uma terrível guerra com os habitantes do planeta Mogadore, 9 crianças especiais e seus Cêpans (guardiões) são enviados à terra. Elas são a salvação de Lorien, e estão protegidas por um forte feitiço que as impede de serem mortas fora de uma ordem específica. Porém, os mogadorianos as seguiram até a terra e estão dispostos a tudo para destruí-las.
Quatro e Henri não são pai e filho propriamente dito, mas onze anos de fugas o tornaram quase isso. Quando Quatro recebe a terceira cicatriz, alertando-o de que a terceira criança loriena fora morta, ele e seu Cêpan mudam-se para Paradise, e também de nome como todas as outras vezes. Agora, como John Smith, ele parece finalmente encontrar um local ao qual pertença naquela minúscula cidade ao fazer amizade com Sam Goode, uma menino que vive com os olhos nas estrelas (literalmente) e Sarah Hart, uma simpática e talentosa fotógrafa com a qual embarca um romance.
“Henri era casado havia vinte anos quando partiu comigo. Dez anos se passaram, mas que ele sente falta da esposa todos os dias.”
Admito que comecei a ler sem muitas expectativas, pois eu já havia assistido ao filme e achado bem… chatinho. Entretanto o livro é bem melhor que o filme (pra variar). Apesar de a versão cinematográfica ser mais dinâmica, ela não explora os personagens na mesma profundidade que os livros, de forma que, ao ver o filme, torcia por John e Sarah, mas no livro mal suporto essa namoradinha dele. E também se perde muita informação sobre a guerra entre Lorien e Mogadore, as nove crianças etc.
Eu Sou O Número Quatro é narrado pelo ponto de vista de John, temos acesso, assim, às suas memórias e visões de Lorien e entendemos um pouco mais sobre estar na sua pele. É bem interessante, mas também um pouco massivo. John é um pouco egoísta e às vezes age com uma infantilidade que não lhe cabe. O cara passa 11 anos fugindo, sabendo o que está em jogo, não apensa seu planeta, mas também sua vida, e peca nos erros mais banais. Irritou-me um pouco, mas não tanto quanto Sarah. Ela é chata e achei que aceitou rápido e bem demais John como um alienígena.
“Que venham, eu penso. Ninguém aqui vai fugir. Henri olha para mim, respira fundo e abre a porta.”
Ponto super positivo para Sam, Henri e Seis. São os personagens que eu mais amei, especialmente Henri. Ele já era um adulto quando deixou Lorien, portanto sente muito mais falta de casa e sofre por sua família perdida. Cuida de John e o ama como um pai a um filho. Gostaria de poder saber mais sobre ele. O amigo de John, Sam, é um fanático em descobrir vida em outros planetas e acredita piamente que há aliens na Terra. Foi quem mais evoluiu durante a narrativa, perdendo aos poucos a ingenuidade e amadurecendo, foi uma evolução muito contente. E há a Seis, uma loriena que só aparece no final do livro, mas bota pra quebrar. Ela é bem diferente da personagem vivida por Teresa Palmer no filme, muito mais simpática nas páginas.
Apesar de ser uma leitura divertida, interessante e também sofrida, não posso dizer que é um ótimo livro. Acredito que por ser o primeiro volume de uma série, os autores se focaram mais em explicar e situar o leitor que partir para os finalmente da ação, então não senti aquela ânsia na maior parte dele de terminar logo e saber o que estava acontecendo – acho que a leitura acabou sendo prejudicada por eu já ter visto o filme.
“A ideia de me mudar no futuro me causa náuseas. Prefiro continuar com quinze anos e nunca poder dirigir a me mudar para um lugar novo.”
Sim, os autores, não foi um erro de digitação no parágrafo acima. Pittacus Lore é um pseudônimo usado por James Frey e Jobie Hughes para escrever a série. Pittacus é citad durante o livro como um ancião de Lorien há muito desaparecido (não tenho dúvidas de que nos próximos volumes esse cara vai aparecer).