Título Original: Divergent
Título Brasileiro: Divergente
Autor(a): Veronica Roth
Ano: 2012
Editora: Rocco
Páginas: 504
Sinopse: Numa Chicago futurista, a sociedade se divide em cinco facções – Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição – e não pertencer a nenhuma facção é como ser invisível. Beatrice cresceu na Abnegação, mas o teste de aptidão por que passam todos os jovens aos 16 anos, numa grande cerimônia de iniciação que determina a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas, revela que ela é, na verdade, uma divergente, não respondendo às simulações conforme o previsto.

A jovem deve então decidir entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é.
E acaba fazendo uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre sua vida, seu coração e até mesmo sobre a sociedade supostamente ideal em que vive.

Skoob

Há muito tempo tenho ouvido falar de Divergente. Começou antes mesmo do filme, quando alguns blogs/vlogs nacionais e estrangeiros comentavam (na maioria das vezes muito bem) do livro. À época eu não dei muita bola, afinal, não sou muito fã de distopia. Meu encanto por Jogos Vorazes estava esmaecendo e nem conhecia Estilhaça-me ainda. Mesmo este ano, eu quase não li; foi só quando resolvi assistir ao trailer do filme que pensei: “Hm, quero ver Divergente. Cadê o livro pra eu ler antes?!” Minha decisão não foi influenciada pelo ator Theo James, que interpreta o personagem Four. Não. Nope. Not at all.

Após a terrível guerra, Chicago se isolou do resto do mundo e dividiu sua população em facções. Veronica Roth explica no começo do livro: “a culpa por um mundo em guerra não poderia ser atribuída à ideologia política, à crença religiosa, à raça ou ao nacionalismo. (…)a culpa estava na personalidade humana, na inclinação humana para o mal, seja qual for a sua forma. Dividiram-se em facções que procuravam erradicar essas qualidades que acreditavam ser responsáveis pela desordem no mundo.” Sendo assim, as facções eram qualidades boas, as quais deveriam ser exaltadas em busca de um mundo melhor.

“Às vezes, as pessoas só querem ser felizes, mesmo que seja de uma maneira irreal.”

Abnegação, os altruístas. Amizade, os pacíficos. Audácia, os protetores. Erudição, os estudiosos. Franqueza, os que dizem a verdade. Quando os jovens completam 16 anos (qual a obsessão dos autores com esta idade?) acontece a Iniciação, uma espécie de vestibular que irá definir a qual facção eles pertencem, que pode ser a mesma de seus pais e onde foram criados, ou outra. Quem não consegue passar por este ritual ou não se encaixa em nenhuma delas, são os sem-facção, os mendigos de Chicago.

Beatrice vai para a Audácia, e se torna Tris. Ela acredita que se encaixará melhor lá que em sua antiga facção, mas a vida de iniciado no lugar não é fácil. É uma luta diária para merecer seu lugar até ser oficialmente um membro da Audácia, Tris contará com poucos amigos e fará inimigos, tanto em seu grupo de Iniciados lutando pelo seu espaço, quanto em estâncias superiores. Claro, não poderia faltar, o instrutor bonitão e exigente (Dimitri Belikov feelings?), Quatro – sim, o número –, que a ajudará como puder.

“Eu acredito em ordinários atos de bravura, em coragem que leva uma pessoa a defender a outra.” 

Como já disse, não sou lá uma grande fã de Distopia, mas gostei de Divergente, até mais que Jogos Vorazes – e infinitamente mais que Estilhaça-me. O fator decisivo, imagino eu, foi o dinamismo. Enquanto em Jogos Vorazes há inúmeras páginas e capítulos sem a ação propriamente dita, em Divergente há sempre algo acontecendo: um embate, uma luta, uma briga, informação. Não é meu livro favorito, mas definitivamente tem alguma coisa que me instigava a ler capítulo atrás de capítulo para saber o que iria acontecer.

Divergente é narrado pela visão de Tris, uma garota normal que após mudar de facção fica um tanto dividida: será que foi a escolha certa? É difícil se desapegar dos ensinamentos que teve por 16 anos da abnegação (pensar nos outros, fazer o bem etc), e vira e mexe ela se pega nesta discussão interna entre Abnegação e Audácia, tentando entender onde ser Divergente se encaixa nisso e onde ela se encaixa no novo grupo.

Eu gostei do primeiro livro, achei que a história foi bem criada e o mundo da Roth bem embasado. Especialmente o fato de o porquê Chicago ter aquela formação, aquela forma de governo, bem diferente e original. Tris e Quatro me conquistaram, especialmente a química entre os dois, me lembrou um pouco Rose e Dimitri de Vampire Academy (tutor e aluna etc etc). É uma leitura fácil e empolgante e – mesmo sabendo de alguns spoilers – estou animada para continuar a leitura.

“Por que você diz coisas vagas, se você não quer ser questionado sobre elas?”

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