Semana passada na faculdade nos passaram um trabalho sobre nosso planejamento profissional. A professora pediu para que escrevêssemos onde pretendíamos estar daqui a cinco anos e então daqui a dez anos. O que me fez pensar. Resolvi compartilhar com vocês meu devaneio.

Honestamente, eu não planejo meu futuro tão a frente. Mal planejo o meu ano. Tenho intenções e sonhos, objetivos, como toda pessoa normal; mas minhas intenções, meus sonhos e objetivos não são imutáveis. Mudam a cada nova descoberta que faço, a cada reviravolta dentro da minha mente – e isso ocorre com bastante frequência. Não sei onde estarei daqui cinco anos, muito menos daqui a dez. Há dias que gostaria de estar em um lugar, outros dias acordo com vontades totalmente diferentes. A única coisa que posso afirmar é que quero satisfação, tanto na minha vida pessoal quanto na minha vida profissional. Ser feliz, estar bem. Há tantas coisas que quero fazer, só espero ter tempo para realiza-las todas, independente da ordem em que vierem; pode ser amanhã, ano que em ou daqui vinte anos. 

Gosto de pensar que a minha vida é um livro em branco cujos capítulos escrevo a cada dia, sem saber o que vem a frente, mas seja lá o que vier para mim estarei preparada para lidar, já estou me preparando. A vida é cheia de surpresas e cheias de mudanças por si mesma, planeja-la e assumir que tudo permanecerá o mesmo até que cheguemos onde queremos estar, o que não é verdade. 

Mas então, o que eu quero? Eu sei que quero viajar. Conhecer lugares, pessoas e culturas, visitar o passado. Aprender novas línguas, novas habilidades. Eu quero ter a oportunidade de mexer com o mercado editorial, mas também quero o mercado cinematográfico. A chance de trabalhar numa boa agência de publicidade e aprender mais sobre a área que escolhi sem nunca ter planejado seguir por esse caminho. Quero muitas coisas e irei trabalhar para consegui-las, tudo dependerá das escolhas futuras que eu fizer – escolhas estas que ainda estão por vir.

Esses foram os parágrafos que entreguei. Eu poderia ter inventado para satisfazê-la. Poderia ter escrito um planejamento qualquer, um até possível para mim. Mas então, não seria a verdade. Eu não consigo planejar, não consigo visualizar o meu futuro. Não por não ter um ou algo assim, mas porque não me preocupo – e não quero me preocupar – com o que não tenho muito poder sobre. O futuro é incerto e desconhecido, é a página que ainda está para ser virada. Preocupo-me com o que posso fazer por mim agora para ter a chance de agarrar as oportunidades quando elas chegarem. Estar preparada para o que vier, trabalhar para que venham. Pessoas mudam, planos mudam, o mundo muda. Por hora, satisfaço-me em saber o que quero. Quanto ao futuro, lido com ele quando chegar a hora.