Ano: 2010
Duração: 1h50min
Elenco: Elle Fanning, John Turturro, Nathan Lane, Frances de la Tour, Richard E. Grant, Charlie Rowe, Aaron Michael Drozin, Yulia Visotskaya.
Sinopse: Mary (Elle Fanning) ganha de presente de Natal um boneco quebra-nozes. Durante a noite, algo extraordinário acontece: o brinquedo ganha vida e se transforma em um jovem príncipe (Charlie Rowe), os dois então acabam embarcando em uma aventura para ajudar ele a recuperar seu reino que foi roubado por um Rato (John Turturro).
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Quando eu era pequena meu pai tinha uma coleção de CD’s clássicos separados por seus compositores, tais como Mozart e Beethoven, Eu adorava aqueles CD’s, mas o meu favorito mesmo era o Tchaikovsky; O Lago dos Cisnes e, especialmente, O Quebra-Nozes. Eu costumava colocar um dos CD’s dele para tocar e dançava na sala, me imaginando no palco com as sonhadas sapatilhas de ponta – à época eu fazia ballet ainda, então estava totalmente empenhada e sonhadora. Quando me deparei com O Quebra-Nozes na locadora, justamente na semana de Natal, fui levada rapidamente à infância e envolvida pela nostalgia e dos sentimentos tenros daquela época. Apesar de conhecer as músicas e ouvi-las há anos, admito que não sou uma conhecedora de fato da história. Aliás, não sabia que o balé era baseado em um livro – adicionado automaticamente à minha lista de leituras obrigatórias – escrito por E.T.A Hoffman e publicado em 1816, intitulado O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos. Obviamente, eu o aluguei.
E eu gostei do filme. Achei fofo e encantador, com um pouquinho de tudo: magia, aventuras, músicas, suavidade e ao mesmo tempo um pouco sombrio. Pode parecer uma mistureba louca que não dá certo, mas em O Quebra-Nozes o roteiro funcionou e a atuação também, culminando em um filme gostoso de assistir e que me remeteu minha infância. Conseguiu conquistar até mesmo meu irmão de 12 anos que a princípio não queria ver.
O filme se ambienta em Viena, Áustria, no início do século XX. Mary e seu irmão não recebem muita atenção de seus pais, que apesar de os amar, estão sempre ocupados e não “perdem tempo” incentivando a criatividade e imaginação, especialmente de Mary. É seu tio. Albert – que parece muito com o Einstein – que abastece as alegrias infantis de fato para os dois. Em um Natal, ele dá de presente a menina uma casinha de boneca de madeira com seus próprios moradores peculiares e um quebra-nozes. Naquela mesma noite, graças a sua crença e imaginação, o boneco cria vida para ela e a apresenta a um mundo totalmente novo escondido dos nossos olhos, um em que uma guerra secreta ocorre: contra os Ratos horríveis que tomaram a cidade do Quebra-Nozes (apelidado de QN). Sem hesitar e com muita coragem, Mary se junta à luta para expulsar os ratos trazer alegria e luz novamente à cidade.
Intercalando a realidade com o mundo mágico, sombrio e visual steampunk dos brinquedos, o filme me envolveu do início ao fim com a inocência e bravura de Mary, interpretada brilhantemente por Elle Fanning. O mundo encantado dos objetos não-tão inanimados forneceram algumas alegrias com seus personagens extrovertidos e diferentes. É interessante observar o ritmo do filme: começa suave, alegre, cheio de magia e descoberta. Então estamos no meio de uma batalha, com perseguições e ação, correria tentando tirar os Ratos que usurparam o poder e governam de maneira totalitária, e apesar do certo tom sombrio e agitado que o clímax do filme atinge, não torna o filme pesado ou denso, você continua ali, torcendo pelos personagens com os olhos na tela. Mesmo que os efeitos especiais não sejam láááá aquelas coisas.
A trilha sonora, claro, é por conta do próprio Tchaikovsky, apesar de terem sido levemente adaptadas, são totalmente reconhecíveis e ganharam letra. Ah sim, tem alguns e ótimos números musicais, bem ao estilo Mamma Mia! (apenas mais uma razão para ter gostado do filme: amo musicais, mesmo que esse não seja o foco do filme). Cantarolei o filme inteiro? Cantarolei. Faria de novo? Com certeza.