Título Original: Just One Day
Título Brasileiro: Apenas Um Dia
Autor(a): Gayle Forman
Ano: 2014
Editora: Novo Conceito
Páginas: 384
SKOOB
Sinopse: A vida de Allyson Healey é exatamente igual a sua mala de viagem: organizada, planejada, sistematizada. Então, no último dia do seu curso de extensão na Europa, depois de três semanas de dedicação integral, ela conhece Willem. De espírito livre, o ator sem destino certo é tudo o que Allyson não é. Willem a convida para adiar seus próximos compromissos e ir com ele para Paris. E Allyson aceita. Essa decisão inesperada a impulsiona para um dia de riscos, de romance, de liberdade, de intimidade: 24 horas que irão transformar a sua vida.

A sinopse de Apenas Um Dia me atraiu no primeiro olhar, da mesma maneira que Se Eu Ficar me atraiu, então estava receosa… mas vocês já sabem como é essa história: SEF me decepcionou e acabei ficando birrenta cuidadosa com as leituras da Forman. Entretanto, meus temores foram acalmados quando li Para Onde Ela Foi e depois da experiência gratificante que foi ouvir os pensamentos de Adam, estava mais confiante em seguir em frente com as leituras acumuladas da autora. Que bom, que bom, que eu fiz isso. Apenas Um Dia é muito superior à Se Eu Ficar e eu me apaixonei pela história (estou esperando um filme, está ouvindo Hollywood?)
Allyson é organizada e tem sua vida planejada – pelos pais. Em sua busca por agrada-los, ela deixa e acaba confundindo os desejos deles com os seus. Adquiriu, portando, uma forma pragmática e metódica de agir, assim como a mãe. Sempre fazendo o que é o certo, nunca se arriscando ou se permitindo sair da zona de conforto que tem levado sua vida desde sempre.

“Meu coração começa a dar as reviravoltas mais ridículas do mundo, mas minha mente sempre lógica continua a ticar todas as razões para isso não dar certo.”

Até que, no final desse intercâmbio que está fazendo com a melhor amiga (que muda de rosto e personalidade e estilo com mais frequência que o Johnny Depp), o acaso a leva até Willem, um ator numa companhia de teatro que interpreta Shakespeare ao ar livre. E novamente ao acaso, ambos se encontram no dia seguinte em um trem. É um daqueles momentos que eu chamo de destino. Era para ser. Porque a metódica e certinha Allyson aceita o convite de Willem de ir à Paris – cidade que ela tanto queria conhecer mas não deu tempo.

Ally entra nesse conflito interno – ela nunca fez nada impulsivo antes, ela está escondendo isso dos pais, ela nem conhece o Willem – e acaba incorporando uma persona: a Lulu. Lulu é o lado dela que é aberto à novas experiências, Lulu foi quem aceitou o convite de Willem, Lulu que está fazendo essa viagem. Ela consegue lidar com isso. A viagem, afinal, é de apenas um dia!

“- Vou guardar você bem aqui. – Ele toca a testa. – Onde você nunca vai se perder.”

Com uma narrativa leve e fluída, acompanhamos as 24hrs que os dois passaram juntos, vinte e quatro horas decisivas. Willem é livre e faz o que quiser, enquanto ela é recatada e fechada. De certa forma, um acaba passando um pouco de si para o outro nesse dia intenso com passeios turísticos, conversas silenciosas e empatia, apesar de pouco se conhecerem (por pouco quero dizer praticamente nada). Eles se entendem, possuem uma belíssima harmonia, é um daqueles encontros com estranhos que o destino arranja para que nos ajude a crescer como pessoas.

Eu amei o livro. De verdade. A aventura que os dois passaram em 24 horas, a evolução de Ally após o encontro. É um livro com uma mensagem muito bacana por entre as linhas, sobre encontrar quem você é, sobre se perder para poder se encontrar, se permitir. Vale muito a pena a leitura.

“- Este sou eu, querida. Todos os meus eus. Sou cada um deles. Sei quem estou fingindo ser e quem eu sou. – O olhar que me lança é seco. – Você sabe?”

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