SKOOB
Título Original: Forever Friday
Título Brasileiro: O Álbum
Autor(a): Timothy Lewis
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
Páginas: 240
Sinopse: Para Adam, negociante de objetos usados, a casa de Gabe Alexander é apenas uma propriedade que será esvaziada e vendida pelo maior lance. Entretanto, em meio às prateleiras repletas de relíquias, um álbum antigo atrai sua atenção. Nele há cartões-postais amarelados pelo tempo, escritos ao longo de 60 anos. Intrigado, Adam começa a lê-los: eles estão cheios de frases românticas e delicadas, as provas do amor incondicional entre Gabe e Pearl Alexander. Gabe cuidava para que um cartão chegasse às mãos de Pearl todas as sextas-feiras. Cada um deles possui não apenas um poema, mas verdades preciosas sobre o cotidiano de um casal que viveu um sonho. A soma de todas essas verdades talvez responda perguntas que Adam se faz há muito tempo.

Quando O Álbum chegou, a premissa me pareceu interessantíssima – além de tremendamente romântica. Eu amo cartões-postais e a ideia de transforma-los em uma tradição entre o casal foi demais para o meu coraçãozinho.

O Álbum possui duas linhas narrativas: o presente de Adam, negociador de objetos usados que está avaliando a casa dos Alexander e ainda sofre com seu divórcio; e o passado do casal Huck e Gabe Alexander, contado em terceira pessoa sobre como eles se conheceram e como foram suas vidas. Intrigado com a vida do casal com seus inúmeros cartões-postais e uma vida aparentemente perfeita, Gabe procura saber mais sobre eles e entender o que eles fizeram de diferente.

“No fundo, eu sentia que o tempo era meu amigo e inimigo. Se eu me perdesse na minha busca, o desespero poderia cicatrizar como amargura.”

O livro é muito bem escrito e cheio de passagens bonitas, sobre a vida, casamento e relacionamentos. Entretanto, é um livro essencialmente parado o que me incomodou bastante na leitura. Gosto de reviravoltas, de momentos de tensão; mesmo em livros de romances sempre há aquele capítulo que algo acontece na história que te faz segurar o livro com mais firmeza e esperar pelo melhor e torcer que o casal continue junto. Mas o ritmo do livro é sempre o mesmo, inalterado. Até tem alguns momentos que quebram a rotina do casal, mas são foram curtos e previsíveis.
“Nós quicamos de uma fase para a outra até não termos mais energia. Nossos corações param, mas as ondas de nossas ações voltam para aqueles que nos amam. Algumas ondas quebram em sua espuma gentil. Outras crescem e arrebentam na margem.”
Huck é uma mulher afrente de seu tempo, lá nos anos 30. Ela é decidida e não gosta de que mandem nela – especialmente que lhe deem “permissão” para coisas que são assunto dela. Gostei desse traço da personalidade, apesar de ela me irritar às vezes, foi bacana ler Huck criticar certos preconceitos e as questões “morais” de seu tempo. Gabe, por outro lado, é mais tranquilo e muito amorzinho.

“- Mas que besteira – Huck respondeu – A modéstia de uma mulher é assunto dela, a não ser que ela vá contra a lei.”

No final, o livro me lembrou o Diário de Uma Paixão, do Nicholas Sparks, não que seja “ai meu deus, é igual”, mas o estilozinho me remeteu à história. Só que eu não chorei loucamente em O Álbum como no outro; pra ser honesta, eu não chorei no livro. Ele é fácil de ler, gostosinho e levinho, mas não me tocou como eu imaginava que tocaria.

Avaliação: