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Título Original:  Zac and Mia
Título Brasileiro: Zac e Mia
Autor(a): A. J. Betts
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
Páginas: 288
Sinopse: A última pessoa que Zac esperava encontrar em seu quarto de hospital era uma garota como Mia – bonita, irritante, mal-humorada e com um gosto musical duvidoso. No mundo real, ele nunca poderia ser amigo de uma pessoa como ela. Mas no hospital as regras são diferentes. Uma batida na parede do seu quarto se transforma em uma amizade surpreendente. Será que Mia precisa de Zac? Será que Zac precisa de Mia? Será que eles precisam tanto um do outro? Contada sob a perspectiva de ambos, Zac e Mia é a história tocante de dois adolescentes comuns em circunstâncias extraordinárias.

Depois de uma sequência de leituras desgastantes, precisava de um livro mais tranquilo para relaxar e evitar aquela tal da ressaca literária. Passeando pelos meus últimos livros adquiridos, a capa me chamou a atenção e me lembrei de ter visto comentários positivos sobre ele. Eu estava um pouco resistente em escolher Zac e Mia, pois temia que fosse um drama escondido em suas linhas e que a) fosse apenas mais um livro igual aos outros do tema ou b) me fizesse chorar e deixasse triste, coisa que eu estava querendo evitar (e tem a opção c) ainda que é as duas opções anteriores). Sorte minha: o livro não é só mais um e não me deixou triste,  aliás, ele é deveras positivo.
Zac está fazendo tratamento contra a leucemia no hospital de Perth, Australia. Está acostumado à rotina do local após tantos meses passados por lá. Até que uma estranha se muda para o quarto ao lado e ouve Lady Gaga no último volume. Mia é mal humorada, pessimista e difícil de conviver, mesmo que os dois nunca tenham se encontrado pessoalmente devido ao isolamento necessário de Zac. Ainda assim, ambos travam uma espécie de amizade: Zac é um veterano e Mia uma novata assustada quando se trata de câncer, e um encontra no outro entendimento e apoio necessário.

“Seu mundo todo está sendo chacoalhado e jogado, e o melhor que você consegue fazer é focar-se em alguma coisa pequena e inesperada. A joaninha parecia deslocada, mas, como um pedaço de lixo no oceano, era alguma coisa, ao menos, a que se agarrar.”

Zac e Mia são um equilíbrio juntos. Passam por dificuldades e contam com o outro para ajudar no que for – mesmo que a ajuda que você precise não seja a que você pede. Achei tão bonito os dois juntos, como são honestos, ou tentam ao máximo ser, um com o outro. Mia, em especial, é ajudada, e muito, pelo Zac, não apenas a passar pelo tratamento, como também a ser uma melhor pessoa (mesmo que vagarosamente). E Zac encontra em Mia a honestidade. Ele sabe que ela será sempre honesta e que ele não há rodeios.
Para ser honesta, Mia me irritou bastante boa parte do livro. Eu sei, eu sei, ela passou por muita coisa e foi estressante e desgastante para ela. Mas fica difícil sentir simpatia por alguém que é essencialmente chata. Ela é reclamona e insatisfeita com tudo, ante, durante e depois. E um tanto dependente do Zac, o que me irritou novamente. Poxa, o cara também não está passando por algo fácil! Maaass ela acaba me alegrando ao demonstrar amadurecer na terceira parte do livro.

Ao contrário do que se possa esperar, a maior parte da história não se passa no hospital. De uma maneira leve, e com alívio cômico, a autora conta uma história sobre como a vida dos dois muda após o câncer e como eles lidam com isso. É uma história sobre força, amizade, família e esperança. É uma história com câncer, mas que não é necessariamente sobre o câncer, o que foi um alívio.  A autora soube utilizar o drama, mas sem exagerar, deixando um livro otimista. E eu estava precisando disso (sim, estou falando com vocês  “A Culpa é das Estrelas” e “Como Eu Era Antes de Você”!)

“Espanta-me como a confusão do universo sabe exatamente o que está fazendo, como tudo foi acertado 13 bilhões de anos atrás e as galáxias estão seguindo as regras desde então. Estão todas lá em cima, seguindo o ritmo e fazendo todo o sentido, (…).”


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