Skoob
Título Original: The Winter People
Título Brasileiro: Prisioneiros do Inverno
Autor (a): Jennifer McMahon
Ano: 2015
Editora: Record
Páginas: 350
Sinopse: Muitos acreditam que a a pequena cidade de West Hall seja mal-assombrada. Ao longo de sua história, vários casos de pessoas desaparecidas foram registrados na região – mistérios nunca revelados. Alguns moradores inclusive juram que o espírito de Sara Harrison Shae, encontrada morta em 1908, ainda vague pelas ruas à noite.
A jovem Ruthie acredita que tudo não passa de uma grande bobagem. Porém, quando sua mãe desaparece sem deixar vestígios, ela começa a desconfiar de que aquela região guarda algum mistério, e suas suspeitas são reforçadas quando ela e a irmã encontram uma cópia do diário de Sara escondido em casa. Na busca pela mãe, Ruthie encontra respostas perturbadoras, e ela pode ser a única pessoa capaz de evitar que um grande mal aconteça.



Após me apaixonar pelo tema de suspense e mistério, comecei uma busca por novos livros com essa temática para esse novo interesse, então após algumas pesquisas comecei a leitura de Prisioneiros do Inverno, um livro que me surpreendeu do começo ao fim, se passando em dois períodos diferentes, passado e presente, e acrescentando partes de um diário escrito no passado, a trama se desenrola aos poucos com cada capítulo acrescentando novas informações até chegar a descoberta final.



O livro possui diversos personagens principais, Sara e seu marido Martin no passado, Ruthie, Fawn e Katherine no presente, e o diário de Sara apresentando novas informações ao decorrer dos capítulos, no começo da leitura me senti um pouco perdida, mas aos poucos me acostumei e não conseguia parar de ler, queria chegar ao fim do mistério desse livro.

“Sou capaz de lembrar de modo muito vívido a última manhã que passamos juntas, de ouvir Gertie dizer: ‘Quando a neve se derrete e vira água, ela ainda se lembra que já foi neve? ’. ”

A trama se inicia no passado, com passagens do diário de Sara, quando ainda criança e com uma Sara mais velha já casada e com uma filha, vivendo na pequena cidade de West Hall, ela tem uma vida maravilhosa, ama seu marido Martin e possui um apego emocional muito grande para com sua filha Gertie, mas como tudo que é bom dura pouco, a pequena acaba desaparecendo em um dia de muita neve para o desespero dos pais, que logo entram em uma jornada árdua para encontrá-la com vida.

Enquanto isso, no presente, somos apresentados a Ruthie, uma jovem já na faculdade com o enorme desejo de mudar da cidadezinha que vive para uma com mais oportunidades, ela é uma jovem bem frustrada, ela precisa cuidar se sua irmã mais nova, sua mãe não apoia seus sonhos e vontades e seu pai já é falecido. Após chegar tarde de um encontro com seu namorado, Ruthie descobre que sua mãe desapareceu, e faz aquilo que todos nós sabemos ser o errado, não chama a polícia, nesse momento eu já estava xingando ela.

“Sei o que todos eles estavam pensando: ‘Lá vai a pobre Sara Shea. Ela não está mais em seu juízo perfeito.’. ”

Após alguns capítulos somos apresentados a uma nova personagem, Katherine, que perdeu seu filho para uma doença, e seu marido em um acidente de carro, adivinhe aonde o acidente do carro aconteceu? Quando ele estava saindo de West Hall. Então Katherine após alguns anos tentando se curar de todas essas perdas, decide ir até a cidadezinha para tentar descobrir o que seu marido estava fazendo lá, se havia encontrado alguém, essas coisas um tanto quanto clichês.

A história se desenvolve completamente a partir desse ponto, quando fazia minha leitura eu sentia o que os personagens sentiam, a angustia de Sara, as dúvidas e medos de Ruthie, a depressão de Katherine, os personagens tinham cada um uma dor, uma vontade, e isso deu muita vida para esse livro, me sentia apegada com cada um, pude perceber o desenvolvimento de suas personalidades, e a prioridade de cada um.

“Agora estava escuro como breu, mais escuro do que qualquer coisa que Ruthie já tivesse imaginado – uma escuridão que parecia se estender pela eternidade.            É a sensação de ser enterrado vivo, pensou. ”


O final do livro é um tanto quanto surpreendente e revoltante, mas o que tirei de tudo foi como cada um desses personagens era humano, e como humanos sempre cometemos erros ou colocamos nossas vontades na frente dos outros, Katherine foi a que mais me revoltou, seguida pela mãe de Ruthie, além de possuir um daqueles finais que te deixam o gosto de quero mais, e você sabe que existe a possibilidade de uma continuação, mas ao mesmo tempo não quer uma, sei lá, tive sentimentos confusos sobre esse final.

A leitura foi uma das mais fluídas que já fiz, terminei o livro em dois dias de tanta curiosidade que tive, a autora conseguiu fazer diferentes personalidades, uma história cheia de informações e personagens não ser tão sobrecarregada, além de possuir uma escrita fácil de se acompanhar mesmo com o ar pesado da história.