4/5⭐

Páginas: 368

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O livro é narrado em primeira pessoa por Misery, a nossa protagonista e vampira. Vamos conhecer esse mundo através de seus olhos. Ela é uma personagem muito… Apática – que é uma característica comum na maioria dos vampiros desse universo – e solitária. Muito solitária. Usa muito do humor sarcástico para mascarar seus sentimentos e/ou desconfortos.

No mundo em que Ali nos apresenta há três espécies: vampiros, licanos e humanos. As três espécies coexistem de uma maneira muito delicada. Para que a situação melhore, é proposto um casamento interespécies. O Alfa licano e uma vampira de família poderosa.

Misery, apesar de filha do vampiro mais influente do sudoeste, não cresceu e nem vive no território vampiro. Ela vive isolada na sociedade humana. Nesse acordo político entre as espécies em prol da paz, ela não é a primeira opção, mas tudo corrobora para que ela seja a escolhida para esse acordo. Ela tem seus próprios motivos para aceitar esse casamento. Seu noivo parece que a odeia e não confia nela. O que poderia dar certo nessa história?

Confesso que estava com expectativas, mas receosa. Eu li A Hipótese do Amor e amei, porém estava com um leve receio, pois não estava confiante que a escrita da autora se encaixaria em uma fantasia. Acho que é importante salientar que essa história é uma romantasia. Romance é o foco, a fantasia é o plano de fundo.

Ali sabe muito bem fazer um romance acontecer. Você sente a construção do casal. Um slow burn na medida certa! Nessa história em específico, há uma evidente tensão sexual entre os protagonistas. Quase tangível. Muito gostosinho de ler! Há um mistério e uma instigante curiosidade de descobrir as motivações de Misery para o casamento e, também, seu passado com sua espécie e seu pai.

– Está melhor?
Seus lábios se comprimem. Como se desejasse manter algum sabor na boca por mais tempo.
– Melhor?
– Meu cheiro. Agora eu cheiro como…?
– Minha. – Há um ronco em sua garganta. – Você cheira como se fosse minha, Misery

Me agradou também o fato da história ir te entregando aos poucos como tudo funciona. Não é como em alguns livros que as primeiras páginas parecem configurar um glossário sobre funcionamento e regras daquele universo. Faltou investir mais tempo na descrição de cenários e sentimentos, mais profundidade no universo paranormal. A vilania, politicagem, ação e a trama em volta disso é… Boa. Não surpreendente ou chocante.

Sobre os personagens em si: A Misery é uma personagem que parece ser muito indiferente, mas avançando na leitura você percebe que não é isso. Ela não sabe muito sobre sentimentos – além de ser cultural entre os vampiros, sua criação também contribuiu muito para isso – e o pouco que entende, ela mascara. Ela é empática, bem humorada (sarcásticamente) e resiliente. Quando paro para analisar ela, penso: fofurinha, guardaria num potinho.

O Lowe é um acontecimento. É claro, né!? Ele é o alfa! Tem todo aquele jeito imponente. Que domina o lugar. Aí a Misery vai conhecendo ele – consequentemente, nós também – e descobrindo um líder justo, um irmão amoroso e um homem extremamente leal e gentleman. Amo os mocinhos da Ali.

A parte da fantasia poderia ser melhor elaborada, mas como disse alguns parágrafos a cima: estamos aqui conscientes que é romantasia. E de romance aqui não dá pra reclamar. É de qualidade!