Título original: The Starless Sea
Editora: Morro Branco
Páginas: 554
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Mar Sem Estrelas é um daqueles livros que você sente dificuldade em explicar. Não pelo conteúdo em si, não é uma leitura difícil ou complicada. Mas porque é um livro que você, acima de tudo, sente a história.
Como descrever em palavras a sensação de estar vivendo o que está lendo, como se fosse um sonho coçando o fundo da sua mente? É como um conto de fadas presente no consciente coletivo que todos conhecem, mesmo sem ninguém ter te contado a história. É pedir para explicar o que é tempo ou destino, significados tão intrínsecos, mas intangíveis. Assim que me senti lendo Mar Sem Estrelas.
“Muito abaixo da superfície da terra, escondida do sol e da luz, no litoral do Mar Sem Estrelas, há uma coleção labiríntica de túneis e câmaras repletas de história.”
O livro reconta a história do mundo com sua mitologia própria que remonta milhões de anos e em um ciclo repetitivo que buscam com todo esforço quebrar. Nessa batalha silenciosa dos deuses, Zachary, um jovem universitário, é puxado para seu centro através de um livro e se torna uma peça importante para salvar a estrutura da realidade como conhecemos.
Com bibliotecas extraordinárias, mares subterrâneos e reis corujas, do ponto de vista do leitor, é como se nós mesmos fossemos deuses acompanhando o desenrolar da história, onipresentes e oniscientes acompanhando o passado, presente e futuro serem escritos ao mesmo tempo. Os capítulos alternam entre personagens, épocas e dimensões, retalhos de uma história muito maior sendo contada e que vamos montando o quebra-cabeças para descobrir.
Engana-se, apesar da premissa, quem acha que o livro é difícil, como já disse, não é caso embora pudesse muito bem ser. Mar Sem Estrelas é envolvente e imersivo do primeiro ao último capítulo, sem subestimar a capacidade do leitor e provocando nossa curiosidade, dando dicas no decorrer da trama que nos pega de surpresa quando finalmente compreendemos.
“As estrelas ficaram presunçosas nos céus. Observaram o Tempo passar desesperado e com o coração partido, por fim, questionaram tudo que já tinham considerado verdades indisputáveis. Ainda hoje as estrelas cintilam de incerteza.”
E a narrativa? A escrita de Erin é poética e melódica que parece uma canção. É cheio de passagens lindas que em dado momento achei que acabaria marcando o livro todo. Quando pegava para ler, não queria parar. Mas ao mesmo tempo não queria ler para não ter que encarar o derradeiro fim.
Mar Sem Estrelas é, sem dúvidas, a minha melhor leitora de 2022.
essa é a melhor resenha que já li desse livro! foi minha melhor leitura de 2021 e não superei até hoje. meu livro favorito da vida, só dá para entender o sentimento lendo e vivenciando a história, realmente. minha experiência foi que eu conhecia essa história desde sempre, mas não lembrava… como se fosse um eco de uma vida passada, um livro escrito diretamente para mim. erin morgenstern fez tudo