Eu acredito que comida é uma grande forma de manifestação de uma cultura. Comida conta histórias, tradições, nos aproxima das pessoas e suas vivências. Sempre que leio um livro, vejo um filme ou série me interesso pelo que comem e bebem, como uma forma de me aproximar mais da história e conectar com os personagens. Então é claro que, como uma boa dorameira, quando surgiu a oportunidade de experimentar comidas coreanas, eu abracei e fui com tudo!
A comunidade coreana se encontra em massa no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, onde todo sábado acontece de forma pública e gratuita, em uma forma de estimular a troca cultural, a Feira do Bom Retiro.
A feira fica num pátio interno de um centro comercial, é fácil saber quando está chegando: só seguir o som da música que estará tocando, seja para som ambiente ou porque está acontecendo alguma apresentação no palco disponível para o público. Meu objetivo atual é experimentar todo e cada prato oferecido nas barraquinhas espalhadas ao redor.
Uma das minhas descobertas preferidas é o tteok-kkochi. É um espetinho de tteok, bolinho feito de massa de arroz, frito e pincelado com pasta de pimenta. Crocante por fora, macia por dentro e muito levinha. A pasta de pimenta é um pouco forte, mas achei tolerável e combinaram bem juntos. Também experimentei a versão que alterna o bolinho de arroz com mini salsicha, chamado sotteok, uma delícia!
Japchae foi uma outra descoberta incrível. É um macarrão feito à base de batata doce, chamado “macarrão de vidro”, ele é frito e servido frio com legumes e shimeji. Eu comeria uma panela fácil! Extremamente saboroso, e pelo macarrão ser à base de batata doce tem um leve adocicado no fundo que casa perfeitamente com o tempero dos ingredientes.
Também experimentei a sensação do momento, a batata tornado. Nada mais é que uma batata inteira cortada em espiral no palito e frita em imersão, e você escolhe o tempero: sal, lemmon pepper, páprica (que foi a que escolhi). É bem gostosa, mas achei pouquinho oleosa, esperava que fosse mais crocante.
Um que não fez minhas graças foi o eomuk. É uma massa de peixe servida no palito com um caldinho que me lembrou um pouco de missô. Ele é bem macio, levinho, a aparência lembra até uma omelete enroladinha. Mas não gostei muito e acabei dando pro meu irmão (que achou delicioso e devorou). Fiquei um pouco chateada porque estava com expectativas, mas pretendo dar uma nova chance outro dia, quem sabe?
Agora, não deixe de experimentar o haddogu, o hot dog coreano. É salsicha empanada no palito, mas o tcham vem nas variações: tem recheio de queijo, coberto com batata frita (um clássico) e até coberto com lamen! Eu experimentei esses dois últimos, que são misturados à massa quando fritos. O com batata é bem suave e macio, enquanto o de lamen é super crocante. Eu achei que tem um não sei o que adocicado bem leve no fundinho que inesperadamente harmonizou perfeitamente. Chef kiss.
São tantas opções de bebidas quanto de comidas. Todas as barraquinhas tem refrigerantes variados, sucos e água, mas tem também barraquinhas especializadas em bebidas coreanas, alcoólicas e não alcoólicas, que super indico.
É um passeio que super vale a pena! Um ambiente leve e divertido, com não apenas comidas gostosas, mas também uma imensa variedade com preços bastante acessíveis – o que te permite explorar a vontade e melhor ainda indo com amigos para se divertir com você!
FEIRA DO BOM RETIRO
Sábados, das 10h às 17h na rua Cônego Martins, próximo ao metrô Tiradentes e Estação da Luz.
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