Admito que eu conheci o livro primeiramente por conta do filme – e o filme, na verdade, por acompanhar o trabalho da atriz que interpretou Naomi, a Victoria Justice. Então comecei o livro já sabendo o que esperar, com todos os spoilers possíveis, mas nem por isso eu estava desanimada com a leitura. Devido a minha ressaca literária, eu imaginei que, por eu já conhecer a história, a leitura não ia fluir bem, mas logo no começo me vi enganada e li o livro em apenas algumas horas, saboreando cada capítulo já conhecido.

Naomi & Eli são melhores amigos de todos os tempo. Se conhecem desde pequenos e são unidos como unha e carne. Tão unidos que vivem numa bolha cor-de-rosa onde só existem os dois. Só que tem um problema: Naomi ama Eli, e Eli é gay.

“Menti para Ely dizendo que não tenho o menor problema com alguém ser gay. E não tenho mesmo. Exceto no caso de Ely. Ele deveria ser meu, no melhor estilo Felizes para Sempre, marcados pelo destino.”

Tendo Nova Iorque como plano de fundo dos altos e baixos do relacionamento dos dois, o livro segue com uma narração despretensiosa e jovem, acompanhando a amizade dos dois e o que acontece quando um dos lados trai o outro: Ely beija o namorado de Naomi. Mas a traição é menos pelo namorado. Porque Ely prefere o namorado dela e não ela mesma? Para nós a resposta é óbvia, mas para a apaixonada Naomi fica tudo confuso e um grande drama é adicionado à até então inabalável amizade dos dois.

O que eu gostei do livro é que os dois personagens foram tão bem escritos que os tornaram reais. Possuem qualidades e defeitos que me fizeram, algumas vezes, defendê-los, e outras querer dar um chega pra lá e dizer: “ei, maneira ai”. Eu compreendia Naomi, mas também conseguia entender Ely e queria entrar no livro para resolver o problema entre os dois.

“Estou tão cansada. De todo esse drama. Cansada de sentir saudades de Ely. Cansada de passar o tempo inteiro tentando não sentir saudades dele.”

Outro ponto positivo é a variedade de ponto de vista. Temos os amigos e colegas que observam do lado de fora essa amizade e a briga e cujos relatos acrescentam e nos fazem compreender melhor a química entre Naomi e Ely (que, ao meu ver, pré-briga não era muito legal essa co-dependência um do outro, especialmente da Naomi o que explica muita coisas)

É um livro rápido e bem facilzinho de se ler, divertido e tranquilo, do tipo que “não gasta neurônios” mas que é bom para passar o tempo. Foram horas bem investidas e me deu esperança em meio à essa ressaca literária horrorosa (sério gente, alguém me salva!).

“A amizade é tão amor quanto qualquer romance. E, como qualquer amor, é difícil, traiçoeira e confusa.”

Título Original: Naomi and Ely’s No Kiss List
Título Brasileiro: Naomi & Ely e a Lista do Não Beijo
Autor(a): David Levithan e Rachel Cohn
Editora: Galera Record
Páginas: 256
Ano: 2015
Sinopse: A quintessência menina-gosta-de-menino-que-gosta-de-meninos. Uma análise bem-humorada sobre relacionamentos. Naomi e Ely são amigos inseparáveis desde pequenos. Naomi ama Ely e está apaixonada por ele. Já o garoto, ama a amiga, mas prefere estar apaixonado, bem, por garotos. Para preservar a amizade, criam a lista do não-beijo — a relação de caras que nenhum dos dois pode beijar em hipótese alguma. A lista do não-beijo protege a amizade e assegura que nada vá abalar as estruturas da fundação Naomi & Ely. Até que… Ely beija o namorado de Naomi. E quando há amor, amizade e traição envolvidos, a reconciliação pode ser dolorosa e, claro, muito dramática.

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