Park tinha uma rotina. Apesar de viver em meio a pessoas estúpidas, elas costumavam deixá-lo em paz. É apaixonado por música e gibis, e procura sempre ignorar o mundo exterior.
Eleanor tem uma vida infeliz (que combina com seu cabelo ruivo caótico). A mãe é maltratada, o padrasto a odeia e os irmãos agora o aceitam como “pai”. Para piorar, mal chegara na nova escola e já era odiada por todos e a única pessoa que tinha algum respeito por ela era aquele mestiço que não dizia uma palavra, mas a deixava sentar ao seu lado no ônibus. No entanto, Park é tudo o que Eleanor precisa. E Eleanor é tudo com o que Park realmente se importa.
E por meio de um silêncio que se torna cada vez mais aconchegante, eles trocam músicas, gibis e compreensão – iniciando o amor mais imperfeito que poderíamos imaginar.
Assim que ele disse isso, ela abriu um sorriso. E quando Eleanor sorria, alguma coisa se partiu dentro dele. Isso sempre acontecia.
São diversos os fatores que me levaram a amar esse livro. Talvez a maturidade com o qual a estória se desenvolve, surpreendendo a todos por não ser mais um clichê e sim um retrato fiel da realidade. Talvez o modo com que Park passa a ver Eleanor como seu “sempre”, mesmo tendo consciência do mundo real e do quanto teria de suportar para tê-la ao seu lado. Talvez pela doçura (palavra que ela odiaria ver atribuída a si) de Eleanor.
Uma coisa é certa: Rowell escreveu um romance magnífico, capaz de te deixar em uma infeliz encruzilhada, em que você quer acompanhar o romance até o fim, porém não quer que este chegue.
– Não. Deixe para lá. Não vale a pena.
– Você vale a pena – ele disse, ferozmente, olhando-a. – Você vale a pena.
Alternando entre o ponto de vista de Eleanor e Park, esse romance é perfeito para aqueles que amam e que querem amar. O enredo é indescritível e famoso por deixar o leitor deslumbrado e o modo como a autora combina as palavras cria um dinamismo fabuloso dentro das poucas páginas desse amor doloroso.
Se ela tinha saudade?
Queria perder-se dentro dele. Amarrar os braços dele em torno dela feito um torniquete.
Se lhe mostrasse o quanto precisava dele, ele sairia correndo.
Esta é a história de um primeiro amor; mas não um qualquer. Através dela, vemos o quanto o amor pode ser doloroso e insuficiente e o quanto ele é capaz de transformar as pessoas, dando-lhes força ou mesmo um motivo para lutar.
Com um final partidor de corações, porém essencial para que o livro não fosse mais um conto de fadas, Eleanor e Park me conquistou desde a primeira letra até o último ponto. É impossível não amar esta história de amor e não sofrer por ela.
Ela olhou para Park. Dentro dos olhos verdes dele.
Você salvou minha vida, ela tentou dizer. Não para sempre, não definitivamente. Provavelmente, só por certo tempo. Mas salvou minha vida, e agora eu sou sua. O que sou agora é seu. Para sempre.
Título Original: Eleanor & Park
Título Brasileiro: Eleanor & Park
Autor(a): Rainbow Rowell
Editora: Novo Século
Ano: 2014
Páginas: 328
Sinopse: Eleanor é a nova garota na cidade, e ela nunca se sentiu mais sozinha. Todas as roupas estranhas, cabelo ruivo caótico, e uma vida familiar cheia de problemas, ela não poderia ficar mais de fora nem se tentasse. Então ela senta no ônibus ao lado de Park. Calmo, cuidadoso e – aos olhos de Eleanor – impossivelmente legal, Park acredita que ficar fora do caminho é o melhor jeito de sobreviver ao colegial. Devagar e instantaneamente, através das conversas tarde da noite e uma grande pilha de fitas, Eleanor e Park se apaixonam. Eles se apaixonam do jeito que sempre é a primeira vez, quando se tem 16 anos, e não há nada e tudo a perder. Ambientado no ano escolar de 1986, Eleanor & Park é engraçado, triste, chocante e verdadeiro, uma viagem nostálgica para quem nunca esqueceu seu primeiro amor.
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