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Título Original: 172 Hours On The Moon
Título Brasil: 172 Horas na Lua
Autor: Johan Harstad
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
Páginas: 288
Sinopse: O ano é 2018. Quase cinco décadas desde que o homem pisou na Lua pela primeira vez. Três adolescentes comuns vencem um sorteio mundial promovido pela NASA. Eles vão passar uma semana na base lunar DARLAH 2 – um lugar que, até então, só era conhecido pelos altos funcionários do governo americano. Mia, Midore e Antoine se consideram os jovens mais sortudos do mundo. Mal sabem eles que a NASA tinha motivos para não ter enviando mais ninguém à Lua. Eventos inexplicáveis e experiências fora do comum começam a acontecer… Prepare-se para a contagem regressiva.

Eu não tenho o costume de ler livros ou ver filmes de suspense. Sou mesmo bem medrosa – sem contar um tanto paranoica – com esse gênero, por mais interessante que seja a história; em geral eu fico adiando, adiando e no final eu acabo não lendo ou vendo. Entretanto, não sei o que me deu quando vi 172 Horas na Lua na página de parceiros da Novo Conceito. Solicitei. E gostei do livro.

Primeiro que o suspense do livro é na medida certa. Nada no nível que me faça tremer nas bases, ou largar pela metade por ser forte. A primeira parte do livro conta um pouco sobre os três jovens que foram sorteados para ir à lua pela NASA e também acompanha um senhor em uma casa de repouso cuja notícia da expedição o afeta, embora ele não se lembre do por que. Essa primeira parte, além de conhecermos melhor os personagens, serve também para introduzir o mistério com as passagens do senhor na casa de repouso e situações estranhas que ocorrem com cada um deles. O suspense e o mistério já começam bem antes de eles chegarem de fato à lua.

“- Mas… há apenas um minuto vocês diziam que há algo…desconhecido na Lua. E nenhum dois parece capaz de explicar o que essa coisa realmente é e quais são as possíveis consequências. E querem mandar para lá adolescentes inocentes, sem nenhum treinamento, como se fossem cobaias?”

O autor não hesita, não perde tempo com coisas desnecessárias, mesmo durante a primeira parte apresentando os personagens e a missão; ele é objetivo e prático, embora não seja uma leitura seca ou fria. O estilo mantem-se na segunda parte, que é a chegada deles à lua, só que a história já fica bem mais sombria. A missão começa a dar errado logo no primeiro dia e as coisas só ficam cada vez piores. Também entendemos, aos pedaços, o que está acontecendo e o que aconteceu nas missões à lua anteriores. É bem bizarro.

172 Horas na Lua me lembrou de alguns episódios sombrios de Doctor Who (“Midnight” e “The Waters of Mars” especialmente). A diferença é que no livro não temos um Doctor para ajudar os protagonistas. Quando a parte ruim começou a acontecer fiquei dividida entre esquecer a vida para terminar o livro ou parar de vez em quando para poder respirar. Seu enredo e suspense foram bem construídos, de modo a me deixar grudada ao livro, era tanta coisa acontecendo e tanta tensão que eu chegava a prender a respiração sem perceber.

“O tempo passou, ninguém falou e foi como se a vista mudasse lentamente. Um véu de algo ameaçador, de alguma forma, dominou o belo silêncio. Todos perceberam, mesmo que ninguém pusesse a sensação em palavras.”

O livro é muito bom, com suspense e muita tensão, me rendeu boas horas de leitura, embora eu ainda ache idiota a ideia de mandar adolescentes ao espaço por marketing (inteligente, sim; chamativo, sim,; mas idiota. Ou talvez eu que seja medrosa demais para sequer cogitar a ideia haha).

Eu adorei a edição do livro, aliás. Eu sei que a capa não foi feita pela NC, mas gostei de a terem escolhido e mantido, é a mais bonita (e melhor) das outras que vi por ai. No decorrer do livro tem também algumas ilustrações e fotos que complementam a história, ficou bem legal porque usaram páginas pretas para isso.

Avaliação: