Título Original: Ketchup Clouds
Título Brasileiro: Nuvens de Ketchup
Autor: Annabel Pitcher
Editora: Rocco
Ano: 2015
Páginas: 270
Sinopse: Zoe Collins guarda um segredo – Um segredo obscuro e terrível que não ousa confessar a ninguém que conhece. Mas um dia ela ouve falar de um criminoso no corredor da morte que sabe tudo a respeito de segredos. E mentiras. E traição. Desesperada para se abrir com alguém, Zoe pega uma caneta e dá um profundo suspiro. Estas são as cartas que ela escreveu.
SKOOB

Logo nas primeiras paginas, nós descobrimos o final, mas não a história. Essa é uma linha tênue e a autora consegue se sair muito mais do que bem. Muito, muito mais.
Primeira observação é: Essa não vai ser uma resenha muito centrada, destacando pontos de ambos os lados (negativos ou positivos), por motivos de: Não tem coisas ruins (além das lagrimas).

“Eu fiz uma coisa errada. Não um pouquinho errada. Nem bastante errada.
O que eu fiz foi horrível.
E você sabe o pior de tudo?
Eu sai impune.”

Zoe, que não é seu nome verdade, a propósito, cometeu um crime. Ela matou o menino que deveria amar. Ela não tem a coragem de se confessar para seus pais ou irmãs, então ela, através de um site do corredor da morte, consegue as informações do Sr. Harris, que matou sua esposa e está em seus últimos momentos de vida.

“[…] O senhor matou alguém que deveria amar, e eu matei alguém que deveria amar, e nós dois entendemos a dor e o medo e a tristeza e a culpa e as centenas de outros sentimentos que não tem nome em nosso idioma.”

No decorrer das cartas, a história vai sendo desenvolvida, intercalada entre o presente (em que Zoe já cometeu seu crime) e o passado. Em uma das festas da escola, Zoe conhece um cara incrível, que não sabe o nome. E, ainda na mesma festa, beija um dos garotos sonhos da escola, Max. A partir daí, um vinculo passa a ser estabelecido: Zoe troca beijos quentes com Max e tem encontros aleatórios com o garoto da festa.
Acreditando que o garoto por quem esta interessada está namorando, ela tenta não se abalar ao descobrir coisas sobre ele. Como por exemplo: Seu nome é Aaron e ele é o irmão mais velho do Max. Ela vai levando o affair com Max (e descobrindo que ele não é só um rosto bonito) e lidando com a amizade (quase colorida) de Aaron. Mais uma informação a acrescentar: Aaron não tem namorada.
O rumo da história parece ser quando Aaron descobre as coisas entre Zoe e Max, mas eles conseguem lidar com isso e Zoe procura um jeito de poder ficar com o Aaron, a quem pertence seu coração, e não magoar Max ao mesmo tempo. Só que tudo desanda e acaba em uma terrível tragédia quando Max descobre o sentimento de seu irmão para com a sua namorada, deixando Zoe sem nenhum dos dois.

” – Adeus, Garota Passarinho – Sussurrou ele, mudando a ênfase para marcar a segunda palavra.
– Adeus – concordei, porque a vida continuaria sem ele.”

A história tem várias apelos e, talvez se não fosse a Annabel, seria um pouco desgastante, um pouco Sparks. Mas, como eu já escrevi lá em cima, ela sabe muito bem andar sobre essa linha tênue. Eu pude sentir o vazio da Zoe, a agonia, o sofrimento e, mesmo assim, nada que fosse além do necessário. Tudo o que senti fez a história parecer real, profunda. Muito além de um drama romântico. Ela também aborda sobre família, amizade e o “deixar ir”, a parte mais difícil de todas.

“(…), e o tráfego ficou mais calmo, e estamos apenas eu e o papagaio preso na gaiola. Não é como você vai viver, Garota passarinho. Não por minha culpa. Abra bem essas suas asas fortes. E voe.”

Avaliação: