Título: Picta Mundo
Autor(a): Gleice Couto
Ano: 2014
Editora: Publicação independente
Páginas: 284
Sinopse:A vida da jovem Letícia virou de cabeça pra baixo após a morte de Raul, seu pai. Até mesmo o colégio onde estuda, o renomado Dippel – um reduto de jovens prodígios, perdeu a pouca graça que tinha. Mas as coisas começam a mudar quando descobre que o desaparecimento de Felipe, o aluno mais promissor do colégio, e a morte de Raul poderiam estar interligados. Daniel, irmão de Felipe, afirma que Raul pode estar vivo, mas, assim como seu irmão, preso em um mundo paralelo dentro de quadros, Picta Mundi. Ao que tudo indica, porém, Raul desaparecera ao procurar os objetos mágicos que os libertariam daquele universo. Agora, somente Letícia pode ajudá-los. Para isso, terá que entrar em Picta Mundi e, junto com Felipe, procurar por seu pai e reunir os itens mágicos. A tarefa não será nada fácil. Em meio a várias aventuras em quadros que retratam momentos da história do Brasil, como os bailes de máscara do início do século XX ou uma aldeia de índios tupinambás no século XVI, eles terão seus conhecimentos e coragem testados em enigmas, passagens secretas, e confrontos com seres perigosos, liderados pelo maligno Donato, que também está atrás dos itens mágicos, mas com o objetivo de usá-los para o mal: dominar Picta Mundi.
Depois de meses esperando, cada vez mais ansiosa, finalmente pude ler Picta Mundi! Como os livros não chegam em casa, só pude ir busca-lo um dia antes de sair de férias e voltar para minha cidade, então aproveitei e o trouxe comigo na mala pensando nas leituras que farei nesses meses de intervalo. O negócio acabou sendo o seguinte: Maria abre o livro no ônibus e pensa “lerei apenas cinco capítulos, só para sentir a vibe da história e tals. Depois vou desmaiar na poltrona” Mas o que aconteceu foi que li o livro inteirinho durante a viagem. Sem nem perceber que fazia isso! Se isso não é um sinal, não sei o que é.
Uma coisa que me surpreendeu logo de cara é que o livro é menor do que eu imaginava. Por algum raios de motivo imaginei um livro grosso e denso, mas além de ser uma leitura fácil e fluída, é rápida por ser envolvente. E extremamente divertida. Não que eu tenha dado altas risadas, não é isso, não é uma comédia, mas por ser gostoso de ler me entreteve demais durante parte da viagem. E ainda tive um bônus, porque acabei tendo um confuso sonho cheio de cores, quadros, Picta Mundi e Theo James no resto do caminho.
“- Não estamos falando de vida, Letícia. Estamos falando de arte.”
Letícia é uma menina muito inteligente, mas que não tem muita paciência e me soa um pouco arrogante. Logo no começo, ela passa a impressão de ser antipática, mas ela apenas não é muito social e suas atitudes rebeldes não ajudam muito a se relacionar com os outros. No decorrer do livro é legal ver como ela vai abrindo mais seus horizontes e amadurecendo na marra. Isso se deve também ao Felipe, que passa as aventuras com ela. Os dois são muito parecidos em alguns aspectos e batem de frente por isso, mas acabam que vão se entendendo e um traz à tona o melhor do outro. Gostei muito da relação dos dois e do desenvolvimento deles.
Já o vilão, Donato…. wow. Gente, estava sentindo falta de um vilão simplesmente mal. Sabe, aquele vilão sanguinário e cruel, que não tem desculpas por ser assim, nada do tipo “ah, mas ele não teve amor dos pais” ou blablabla. Ele é vilão. Ponto. Um bem insano, por sinal, que me dava arrepios nas vezes que aparecia.
Algo que senti falta foi um plano de fundo maior no que decorreu antes de Letícia entrar em Picta Mundi. Foi rapidamente discorrido, mas gostaria que tivesse tido uma participação maior, como por exemplo falar mais do Raul, o pai dela. Não influencia seu entendimento do enredo, que ficou bem fechado aliás, só que achei que ficou meio superficial.
“A ira cresceu dentro dele tomando proporções e chegando a lugares sequer imaginados. Como uma serpente venenosa, arrastava-se em suas entranhas, em busca de mais ódio para se alimentar.”
Gostaria de deixar registrado que acho que deveria ter mais livros de Picta Mundi. O final ficou meio em aberto, aquela coisa “pode ou não acontecer”, e eu espero que aconteça. Seria incrível, tantas histórias para contar, mais aventuras para viver! Letícia passou só por parte dos quadros do mundo de Picta Mundi, imagine só o que não há no resto? Já estou ansiosa só em pensar!
Se você não sabe, Picta Mundi foi uma publicação independente, e eu juro gente que a qualidade é muito melhor de que alguns livros de editoras por ai. A capa é linda, a qualidade – do material, da impressão – é ótima, tem até início de capítulos personalizados. Puro amor. Ficou lindo!
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“A possibilidade de diferentes respostas era o que fazia dessa jornada no mundo real tão especial quanto a que vivenciaram em Picta Mundi”
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