Título Original: El Palacio de la Medianoche
Título Brasileiro: O Palácio da Meia-Noite
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Ano: 2013
Editora: Suma das Letras
Páginas: 271
Sinopse: Ben e Sheere são irmãos gêmeos cujos caminhos se separaram logo após o nascimento: ele passou a infância num orfanato, enquanto ela seguiu uma vida errante junto à avó, Aryami Bosé. Os dois se reencontram quando estão prestes a completar 16 anos. Junto com o grupo Chowbar Society, formado por Ben e outros seis órfãos e que se reúnem no Palácio da Meia-Noite, Ben e Sheere embarcam numa arriscada investigação para solucionar o mistério de sua trágica história. Uma idosa lhes fala do passado: um terrível acidente numa estação ferroviária, um pássaro de fogo e a maldição que ameaça destruí-los. Os meninos acabam chegando até as ruínas da velha estação ferroviária de Jheeters Gate, onde enfrentam o temível pássaro. Cada um deles será marcado pela maior aventura de sua vida. Publicado originalmente em 1994, O Palácio da Meia-Noite segundo romance do fenômeno espanhol Carlos Ruiz Zafón traz uma narrativa repleta de fantasia e mistério sobre coragem e amizade.
SKOOB
Vocês já devem estar cansados de saber, e quem me acompanha nas redes sociais talvez já tenham percebido também, que sou apaixonada pelo Zafón. E mesmo assim, a cada vez que leio seus livros eu caio de amores novamente e sou surpreendida pela história. Tem coisa melhor que isso?
“Ben era como um baú sem fundo, cheio de surpresas e também de mistérios, luzes e sombras.”
Não foi diferente com Palácio da Meia-Noite, publicado originalmente em 1994. Parte da Trilogia da Névoa (composta também por O Príncipe da Névoa e As Luzes de Setembro), o livro é fácil e rápido de ler, mantendo o estilo gótico e envolvente do autor. Novamente, Zafón mostra sua capacidade ao conseguir em apenas 271 páginas criar e desenvolver um suspense incrível que te fará teorizar loucamente até os finalmente. Consigo identificar em seus livros a forma de construí-los e aos vilões. Embora a fórmula se assemelhem, as histórias são tão diferentes que não tem como você prever o que vai acontecer (pelo menos eu nunca consigo).
Ele explora a natureza humana e vai até o limiar do sobrenatural, é tamanho o equilíbrio e sua destreza em andar entre o real e o irreal que sua história parece verídica. Aqui em Palácio da Meia-Noite, me vi perguntando se a estação ferroviária Jheeter’s Gate em Calcutá existia de verdade (não existe, eu procurei). Tudo me parecia tão intensamente real que não duvidaria estar relatando algo que ele mesmo vivenciou, tamanha riqueza na escrita, que é outro ponto marcante do autor. Muito fluída, envolvente e verdadeira, e há a uma sonoridade presente, é sempre um prazer ler seus livros.
“Entre ruínas e recordações, aquele lugar emanava uma aura de magia e ilusão que só pode sobreviver na memória nebulosa dos primeiros anos de nossas vidas.”
E as personagens? Embora Palácio da Meia-Noite tenha uma personagem central, Ben, e diversos amigos que se aventuram com ele, todos são visivelmente bem estruturados e não fogem às suas personalidades. Igualmente bem criado é o antagonista/vilão, como sempre. Já disse em resenhas passadas que os vilões são muito bem feitos, é um primor gente, de verdade. Toda a trajetória do vilão, que influência diretamente a história, o fato de ele não ser apenas um cara malvado cujo plano teria sucesso “se não fosse essas crianças intrometidas”. O antagonista é tão interessante quanto a história e eu sempre, sempre, fico curiosa para saber mais sobre ele.
Sou um pouco suspeita para falar de Zafón, sempre tenho grandes elogios para com ele e seus livros. Admito ter dificuldade em resenhar, temo estar sendo sempre repetitiva e batendo nas mesmas teclas e falando a mesma coisa. A experiência de ler Zafón é única a cada livro, acho que somente lendo você entenderá o meu fascínio pelo autor.
“É que nada é tão difícil de acreditar quanto a verdade e, ao contrário, nada é tão sedutor quanto a força da mentira, quanto maior for seu peso.”