No filme, aprendemos que há dois reinos: o dos humanos e o das fadas. Malévola é, obviamente, integrante do segundo, uma fada feliz (e linda) que vive em seu reino encantado. Os dois reinos possuem momentos de conflitos, uma vez que os humanos se sentem ameaçados pelos seres mágicos e, só para variar um pouquinho, gostariam de vê-los subordinados ou mortos. É numa época de “paz” entre os reinos que Malévola conhece Stefan, e ambos se envolvem. Mas o amor que Stefan sente por ela não é verdadeiro como o de Malévola por ele, sendo descartado assim que ele vislumbra uma chance de subir na vida e tornar-se da realeza. Tal traição – terrível e dolorosa de assistir, por sinal – a transforma em uma mulher amargurada e isola a si e o reino das fadas do mundo. É com o nascimento da filha de Stefan que Malévola resolve se vingar, amaldiçoando a pequena a espetar o dedo no fuso de uma roca e cair num sono profundo, sendo despertada apenas com um beijo de amor verdadeiro, já que Malévola acredita que o amor não existe de fato, logo, nunca será despertada.
Eu achei o filme muito, mas muito bem feito mesmo. Embora uma coisa ou outra pudesse ter sido melhor aproveitada, no geral eu achei que ficou um trabalho maravilhoso, tanto na história quanto, e principalmente, visualmente. Os efeitos especiais e a cenografia ficaram de cair o queixo, a produção e caracterização dos personagens. Amei! É interessante pensar nesta como sendo a história “verdadeira”, modificada conforme os anos se passaram, exatamente como acontece com os contos – é só ver a quantidade de versões que há por ai de cada um deles. Os elementos todos da história que conhecemos estão lá, de formas ligeiramente diferentes.
Outra coisa bacana de identificar no longa é a presença de certos ensinamentos, digamos assim, aquela coisa de “moral da história” (que não é “nunca deixe de convidar uma fada para algo” hahah). Sendo uma história sobre um coração amargurado e busca de vingança e de poder, o filme deixa bem claro que devemos arcar com as consequências de nossos atos, especialmente os movidos pelo egoísmo, não importa o quanto você se arrependa depois. Claro, o poder do amor também pode ser pontuado. É uma história sobre a perda da inocência, revolta e redenção, que faz de Malévola uma personagem rica e mais complexa, incrível, poderosa, mas nem por isso você sairá do cinema dando razão aos seus atos, embora seja muito fácil se simpatizar com sua condição.
Devo falar sobre impecabilidade da atuação de Jolie? As nuances, algumas vezes sutis, outras mais abertas; ela nasceu para este papel, fale sério. Uma presença fortíssima na tela, com toda certeza. E a adorável Elle Fanning (mais bela e melhor atriz que Dakota) no papel da mais adorável ainda Aurora. Sam Riley que me surpreendeu em seu papel como Diaval (em vários sentidos, interpretem como desejarem), o corvo leal a Malévola, que diz o que pensa vezes demais e ajudou a equilibrar e dar mais substância ao filme. Sem sua presença, não seria a mesma coisa.
Ah, eu poderia dissertar sobre o filme por mais umas 100 linhas, poderia ter um ataque da fangirl, mas melhor finalizar por aqui dizendo: assistam. Se você já viu, veja novamente e se não viu o que está esperando?