Título Original: Strange Angels

Título Brasileiro: Strange Angels
Autor(a): Lili St. Crow
Ano: 2010
Editora: Novo Século
Páginas: 287
Sinopse: O Mundo Real é um lugar apavorante. Basta perguntar para Dru Anderson, uma órfã de 16 anos – garota durona que já acabou com sua parcela de bandidos. Ela está armada, é perigosa e está pronta para atirar primeiro e perguntar depois. Então, vai levar um tempo até que ela possa descobrir em quem confiar. Dru Anderson se acha estranha por mais tempo do que é capaz de se lembrar. Ela viaja de cidade em cidade com seu pai, caçando coisas que nos aterrorizam à noite. Era uma vida bem esquisita, mas boa – até que tudo explode em uma cidade gélida e arruinada de Dakota, quando um zumbi faminto arromba a porta da cozinha. Sozinha, aterrorizada e sem saída, Dru vai precisar de cada pedacinho de sua esperteza e treinamento para continuar viva. Seres sobrenaturais decidiram ser os caçadores – e desta vez, Dru é a presa. Chance de sobrevivência? De pouca a nenhuma. 

Skoob

A primeira resenha da Maratona Literária é do item “Um livro de fantasia“. Escolhi o primeiro volume da série Strange Angels, da Lili St. Crow, publicado aqui no Brasil pela editora Novo Século. Na verdade, eu já tinha lido logo quando lançou, em 2010. Entretanto, como faz 4 anos e eu comprei os dois volumes seguintes (são cinco ao todo), achei que seria bom reler – o que foi bom, pois me lembrava muito pouco dele.
Dru Anderson tem 16 anos e vive com o pai de maneira errante pelos Estados Unidos, caçando coisas que só vemos na ficção. Dru sabe que esses seres – zumbis, fantasmas, vampiros e bruxarias – existem, é o chamado Mundo Real e ela o tem encarado desde que sua mãe morreu quanto era uma criança. Quanto o pai sai para uma missão, sem contar uma linha sobre o que está caçando, Dru não esperava que fosse a última vez que o veria, e nem que sua vida viraria de cabeça para baixo com seu sumiço.
Se você se lembrou da série Supernatural, parabéns!, chegou muito perto. Strange Angels me lembrou muito o estilo do show, tanto que não me surpreenderia nada se Dean e Sam Winchester aparecessem atirando em tudo por ali. Apesar da semelhança – fala-se em caçadores de seres sobrenaturais, não como né! – a autora conseguiu criar um universo só seu, um que fui rapidamente cativada.

“Melhor ser forte do que bonita e inútil. Estou mais para uma garota simples e com a cabeça no lugar do que para uma bonitona, em qualquer situação.”

Dru tem um quê de Rose Hathaway: independente, corajosa e bem determinada. Eu fico tão feliz quando me deparo com personagens assim, menos ‘mocinhas indefesas’. Mais legal ainda quando elas são duronas e profundas, sem deixar de lado o lado emocional – afinal, elas não são robôs não é mesmo? Apesar de estar nessa vida de caçadora a anos, isso não a endureceu, ainda há uma menina de 16 anos que quer o pai de volta e se sente insegura nesse mundo, que é muito maior do que ela imaginava. A narração dela é com certeza cativante.
Acostumada a se virar sozinha, Dru acaba com a companhia de Graves, o Garoto Gótico, que é tão solitário como ele e mais importante: ignorante do Mundo Real até pouco tempo. Eu adoro o Graves neste livro, embora eu ache que ele aceitou a ‘loucura’ rápido demais. Possui um humor irônico ainda mais pesado que o de Dru e já fica claro que é uma personagem com grande potencial. Vou lhes dizer uma coisa: eu bem que gostaria de um amigo como ele.
E Christophe, o misterioso, enigmático e evasivo (e lindo) estranho que a ajuda, cujo número estava na agenda do pai. Afinal, quais são as intenções do rapaz? Ele parece saber muito mais do que diz, e ser mais o que aparenta.

“Isso é o engraçado em  antigas feridas, elas só ficam aguardado seu coração doer de novo para chegar e aparecer, tão violentas e horríveis quanto no primeiro dia em que você acordou com  tudo à sua volta mudado.”

Com uma dose certa de ação e mistério, Strange Angels é dinâmico e te prende desde a primeira página com uma aventura envolvente e narrativa fácil, diálogos no limitei do sarcasmo e personagens que simplesmente funcionam, culminando num final com aquele gostinho de quero mais
A capa, mesmo não sendo fã de modelos nelas, é linda e até concordo com a não tradução (fala sério, “Anjos Estranhos” não é lá muito interessante). Eeeeentretanto, preciso ressaltar que teve algumas coisas que não curti: o uso da linguagem coloquial em algumas partes. Quero dizer, o livro segue numa narrativa bacana e jovem, tudo bem, mas eu não gosto quando usam, por exemplo, “cê” ao invés de “você”. É o livro inteiro com coisas assim nos diálogos e eu acho que é desnecessário. Acho que a tradução ficou um pouco a desejar nesse quesito.
Avaliação: