Título Original: The Help
Título Brasileiro: A Resposta
Autor(a): Kathryn Stockett
Ano: 2010
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 573
Sinopse: Eugenia Skeeter Phelan acabou de se graduar na faculdade e está ansiosa para tornar-se escritora, mas encontra a resistência da mãe, que quer vê-la casada. Porém, o único emprego que consegue é como colunista de dicas domésticas do jornal local. É assim que ela se aproxima de Aibellen, a empregada de uma de suas amigas. Em contanto com ela, Skeeter começa a se lembrar da negra que a criou e, aconselhada a escrever sobre o que a incomoda, tem uma ideia perigosa: escrever um livro em que empregadas domésticas negras relatam o seu relacionamento com patroas brancas. Mesmo com receio de prováveis retaliações, ela consegue a ajuda de Aibileen, empregada que já ajudou a criar 17 crianças brancas, mas chora a perda do próprio filho, e Minny, cozinheira de mão cheia que, por não levar desaforo para casa, já esteve por diversas vezes desempregada após bater boca com suas patroas. Uma história emocionante e estarrecedora onde a cor da pele das pessoas determina toda a sua vida. Um livro que, devido ao seu tema, chegou a ser recusado por quase sessenta editoras antes de ser publicado.
O livro
A Resposta se passa no inicio dos anos sessenta, no Mississipi, uma época marcada pela discussão dos direitos civis e batalha pela igualdade, preconceito, futilidade e alienação. A narração é divida em três pontos de vista: Aibileen, uma boa empregada e babá, negra; Minny, também negra, de temperamento difícil, mas ótima cozinheira; e Skeeter, uma jovem branca e rica, aspirante a jornalista e que se sente incomodada com as coisas que percebe com relação ao tratamento das empregadas domésticas.
“Muitas histórias são tristes, amargas. Eu esperava por isso. Mas há um número surpreendente de histórias positivas, também.”
Com uma narração intensa, porém que não chega a ser pesada, Kathryn não aborda apenas sobre o racismo, há outros temas como a questão da mulher na sociedade, relações familiares, casamento e até mesmo amizades (e suas diversas formas). Com personagens bem construídas, não apenas as narradoras, mas as que contracenam com estas, e muito bem escrito, A Resposta poderia muito bem ser o relato de três mulheres da época e na verdade, se consider, de fato muitas delas devem ter passado pelo mesmo que as protagonistas.
Fazer uma leitura sobre uma época tão diferente da que vivemos é um tanto revoltante, e cheio de aprendizado. As situações em que as empregadas eram postas, como eram tratadas pelas patroas, a ignorância. Simplesmente incabível! Pude tomar conhecimento de muitas coisas sobre aquela época. E, nossa, muitas vezes durante a leitura tive uma vontade imensa de poder dar uns belos tapas em certas madames – ou, pelo menos, que elas levassem uns belos tapas de alguém na história.
“Uma mulher branca tá mesmo espancando um homem branco pra me salvar? Ou será que ele afrouxou meu cérebro do lugar e, na verdade, tou ali morta no chão?”
Por fim, o trabalho da autora foi impecável. Ainda não tive a oportunidade de ver o filme, que ganhou o título de Histórias Cruzadas, mas espero que seja tão bom quanto o livro (o filme teve várias indicações ao Oscar). Quanto ao nome… Bem, A Resposta é um bom nome, mas levou um tempo até conseguir compreender o por que. Mas de resto, a editora fez um ótimo trabalho. É com muito prazer que avalio como um ótimo livro.
Avaliação: