Título Original: Blue
Título Nacional: A Menina Que Semeava
Autor(a): Lou Aronica
Ano: 2013
Editora: Novo Conceito
Páginas:
Sinopse: Chris Astor é um pai devoto à filha, Becky. Para ajuda-la a enfrentar o câncer, os dois criaram Tamarisk, um reino mágico e imaginário que serviria de cenário para histórias na hora de dormir. Mas Tamarisk é real, e está muito doente. E apenas Becky é capaz de salvá-lo.

Admito que logo que li a premissa do livro, fiquei um pouco desanimada: “Mais um livro sobre uma pessoa doente enfrentando a situação e me fazendo chorar.” Depois de Nicholas Sparks e John Green, não podem me culpar por essa minha hesitação. Apesar desse meu primeiro pensamento, a parte de Tamarisk me intrigou e eu dei uma chance ao livro. Se por um lado, havia a parte que eu supus ser previsível, por outro havia o tal mundo imaginário que certamente contrastava com isso além e adicionar certo mistério. No final, o livro excedeu as minhas expectativas e me conquistou com a sua delicadeza.

Quando criança, Becky descobriu que tinha câncer: leucemia. Foi um tratamento intenso e assustador, imagine, para uma menininha de 5 anos de idade. Chris Astor, seu pai dedicado e devoto, queria ajuda-la e para tanto, descobriu uma maneira: contando histórias. Não simplesmente as conhecidas, mas ele e Becky inventaram todo um mundo para ser cenário das histórias de antes de dormir. Inventaram tudo, os animais, as plantas, as comidas, as cores. Se você leu Nárnia, pode fazer uma relação com o inicio de tudo por lá também (e não será a única coisa que remeterá Lewis). Com a relação conturbada dos pais, entretanto, a relação entre Becky e Chris é abalada, culminando no fim da tradição antes de dormir entre os dois. Até Becky descobrir que Tamarisk é real… e que ela pode viajar até lá. A partir de então, Becky começa a viajar para o tal Reino encantado, que se encontra enfrentando uma terrível praga. Desesperada, a menina pede a ajuda do pai, que é botânico, para tentar salvar Tamarisk.

Identifiquei em A Menina Que Semeava diversos simbolismos no Reino de Tamarisk com relação ao mundo de Becky. Não posso comentar todos aqui, ou posso acabar influenciando a sua própria interpretação do livro, porém se você chegou a pensar que tanto Becky quanto Tamarisk estão doentes, isso não foi coincidência. A maneira que Lou relaciona Becky e o seu mundo querido é muito interessante. É como que Tamarisk fosse um reflexo de Becky, o que torna a abordagem dos problemas da menina mais sutis com um toque de mágica. Assim, a leitura segue suave e leve.

A editora Novo Conceito fez um belíssimo trabalho com o livro. Achei a arte da capa linda! Mais a fonte, deixou um ar encantado que combina com A Menina Que Semeava. O marcador de página também é uma graça. E apesar de ser um nome legal, gostei mais do nome original, pois Becky ressalta muito a cor de Tamarisk, um azul bonito das folhagens.

Gostei bastante do livro no geral. Só teve um momento que após terminar o livro, e até agora, estou me indagando sobre. Lou expõe uma situação e não a finaliza a meu ver. O pai de Becky, Chirs, viu Miea, a princesa de Tamarisk, algumas vezes no nosso mundo. Ela, ou alguém parecida com ela, não sei. Enfim, ele a vê ante mesmo de saber sobre Tamarisk, e Lou não desenvolve essas aparições ou explica. Fiquei esperando algum significado sobre, e isso não veio. Deixou-me um pouco desapontada ele ter esquecido isso.

Avaliação: