Seu pai, também médico, seria o conselheiro ideal, mas ele a abandonou há dez anos: saiu em busca de curas inimagináveis por uma Europa cheia de crendices e magias. E, agora, por meio de suas poucas cartas, é possível perceber que sua sanidade mental está desaparecendo.
Disposta a reencontrar o pai e, quem sabe, salvá-lo a tempo de continuar praticando a medicina, ela atravessa os Alpes da Suíça e os campos da Alemanha, encontra-se com os maiores médicos da Europa e caminha por cidades e vilarejos estranhos até chegar ao Marrocos.
Até o fim de sua aventura, ela tentará conquistar a sabedoria tão desejada, mas também terá que lidar com o conhecimento dos segredos de sua família, que são, afinal, os seus próprios segredos.
“A senhorita não deve ir em direção ao norte, sabe. Há pessoas que vão denunciá-la em nosso país. Uma mulher médica é quase uma bruxa!”
Em passeio pela história do final do século 16, conhecemos um pouco sobre a medicina da época e várias partes da Europa – e a forma diferente de como Gabriella é tratada em sua viagem, por vezes tendo que se vestir de homem e outras sendo muito bem tratada como mulher. Honestamente, eu não sei até onde as passagens históricas são reais ou inventadas, mas é tudo tão bem escrito e situado, que o que Gabriella passa parece-me bem verossímil.
O livro é encantador e suave, apesar de Gabi passar por diversas coisas. A escrita de Regina é cativante e o simbolismo das doenças que a médica anota em seu caderno é muito interessante e posto de uma forma um tanto quanto poética. Simplesmente lindo.
“Algumas mulheres pensam no amor como algo em elevação, mas eu sempre o conhecera como descrente, onde eu poderia perder a mim mesma ou ao meu amado. Um encantamento e depois a separação, pior que a solidão original. Assim sendo, eu temia a felicidade.”