Seguindo a linha de suspense gótico que o autor parece ser muito fã, O Príncipe da Névoa nos traz o verão em que Max, um garoto de 13 anos, se muda com a família para uma cidade pequena e litorânea em decorrência da guerra. Entretanto, a casa e seus arredores parecem abrigar um segredo sombrio que ameaça revelar-se de uma maneira não convencional e perigosa.
“Isso é bom – continuou o mago. – A diversão é como o ópio: nos tira da miséria e da dor, embora seja tão fugaz.”
Apesar de ser um livro bem curto, a trama não deixou a desejar. Ela é bem construída e abordada, focando-se no essencial e sem perder tempo com pormenores – algo, aliás, comum na escrita de Zafón.
O Príncipe da Névoa foi o primeiro romance que Zafón escreveu e, apesar de ser muitíssimo bem escrito, achei perceptível, comparando-se com os livros que vieram depois, ser sua obra pioneira. Também é possível perceber seu estilo desde cedo que apenas evoluiu conforme escrevia mais.
“Era como se fosse o guia de um museu encantado acompanhando os visitantes num passeio alucinante por uma catedral submersa.”
Agora, um momento para eu respirar. Gente, eu realmente amei o livro. Durante sua curta leitura, passei por diversos sentimentos e reações. Eu ri, tive apreensão e até medo. E chorei. Ah, mas chorei com aquele final lindo e … três pontinhos para eu me segurar e não acabar soltando spoiler. Acho que já disse isso nas duas resenhas que fiz dos livros dele, mas irei repetir: como ainda não tem filme de suas obras?!
Cinco borboletinhas muito bem merecidas para ele, e que venha o próximo para as minhas mãos!