Ficha Técnica

Literatura Nacional

Título Brasileiro: As Bruxas de Oxford

Autor(a): Larissa Siriani

Ano: 2011

Editora: Multifoco

Páginas: 229

Sinopse: A antiga Casa Azul nunca foi cenário de boas histórias. Há mais de cem anos, dizem, era lar de sete bruxas que foram queimadas na fogueira e que juraram vingança. Mas é quando Malena, seus pais e seus seis irmãos mais velhos se mudam para lá que a lenda se prova verdade. Coisas estranhas começam a acontecer sempre que ela se exalta, e, de repente, ela se descobre cercada por um passado que ela até então desconhecia, e condenada a consertar os erros de uma vida passada. E, quando os velhos inimigos começam a aparecer, Malena vai perceber que certos sentimentos se carregam para além da vida.

Chegou essa semana o livro que pedi da Larissa Siriani, As Bruxas de Oxford. Sem brincadeira ou exageros, terminei a leitura em duas sentadas, de tão viciante!

Eu conheci o livro no blog da Rafaela, Artesã Literária, ao ler a entrevista que a Larissa deu. Literatura Fantástica é meu tipo de livro favorito, então, quando li o nome do livro, fui correndo em busca de mais informações sobre As Bruxas de Oxford – Oxford norte-americana e não européia, como a própria autora me alertou e foi explicado no livro.

“Algo nela me causava arrepios. Não parecia o lugar ideal para se viver. Não parecia ver gente há anos, e eu certamente, não queria ser a primeira a pisar lá depois de tanto tempo.” – pág 17

Malena Gördon vivia em Oklahoma com os pais e seis irmãos(!) mais velhos. Ela tem 15 anos, é albina, isolada e altruísta. A família inteira se muda, então, para Oxford, uma minúscula cidade no estado de Mississipi, e vão morar na antigae arrepiante Casa Azul, uma mansão que foi palco de estranhos acontecimentos no passado. É na Casa Azul que sua vida tem uma reviravolta tremenda: descobre uma maldição centenária feita por bruxas… e que ela era uma delas.

No inicio da história, Malena mostra-se uma garota comum. Um pouco ingênua e inocente demais, obediente e boazinha, que gosta de agradar as pessoas (qualidade às vezes irritante). Quando se muda para Oxford, sente-se insegura por ser a garota nova estranha e albina, mas descobre que as pessoas da cidade pequena são bem mais gentis e a acolhem quase imediatamente e faz um belo grupo de amizades e até mesmo uma paquera, Sam. Logo, a perspectiva de morar ali fica bem mais atraente para ela.

O efeito da Casa Azul em Malena é imediato. De cara ela sente que há algo errado com a casa e que isso a está afetando de alguma forma. A partir daí, surge medo, confusão e os segredos, tanto os antigos, quanto os novos, são descobertos. Malena está no meio de uma guerra familiar que nunca pediu, ‘dividindo’ o corpo com uma bruxa com instintos assassinos e temendo que as duas se tornem uma. Quanta responsabilidade para uma menina que ainda não completou 16 anos!

“- Quer dizer que a sua alma não é qualquer alma. Ela é a alma feita da magia para a magia, que encarnou em você por acaso. Por fora, você é a nova criança, mas por dentro…” – pag. 84

Dorothi, dona da alma de bruxa de Malena, é vista através de flashbacks e reflexos partidos. Gostei de como ela é apresentada e como Malena luta para impedir que a outra tome o controle por completo. Mas é Dorothi ficando presente na mente da garota que dá forças para que ela faça o que tem de fazer e salvar a todos. Malena deixa de ser ‘boazinha de mais’ e começa a lutar pelo o que é dela, ao invés de balançar a cabeça e concordar com tudo. Ambas conseguem encontrar um equilíbrio na vingança que agrada às duas.

Um ponto que devo ressaltar, embora não saiba dizer se é negativou ou neutro, uma vez que só percebi isso depois, quando é citado numa passagem do livro, é que tudo acontece em um intervalo de tempo bem pequeno. É bem diferente você ler um livro que vivenciar o que se é escrito ali, então fiquei meio confusa com a rápida passagem de tempo, mas me agradou a agilidade que as coisas aconteceram, não deixando a leitura parada ou tediosa. Se for parar para pensar, realmente, tinha que ser algo rápido, afinal,  a vingança esperou por 100 anos e agora tem uma pessoa disposta a por os planos malignos a perder. Não é algo que se possa adiar, não é?

“Então, sem parar pra pensar, bati a mão com toda a força no espelho à minha frente. Formou-se um buraco central, e uma rachadura completamente torta que repartia o espelho quase por completo em duas metades desiguais, e minha mãe sangrava e doía, é claro. mas Dorothi apareceu.” pág. 125

A narrativa é bem fácil e tranquila de se ler. Nos primeiros capítulos há a presença forte de ironias e sarcasmo, que vai se perdendo conforme a trama se desenvolve, indicando o amadurecimento de Malena, aceitando a cidade e a magia e conforme as situações vão ficando mais tensas e sérias. Os personagens foram bem criados, sendo alguns bem divertidos para suavizar a leitura e dar aquele ar de ‘normal’ para a vida da Malena. Amei a capa, ficou bem válida para a história, dando aquele ar de livro antigo. Também gostei da fonte usada, embora não saiba dizer qual fonte seja, não é a comummente usada, deu um efeito a mais, digamos assim, na impressão geral do livro.

As Bruxas de Oxford é o primeiro livro da trilogia Coração da Magia.

Resenha desenvolvida por Maria Salles.