Se vocês não sabem, eu gosto de tirar fotos. Não sou nenhuma fotógrafa profissional, obviamente, mas eu acho fotografia uma arte maravilhosa como forma de expressar uma ideia, sentimentos e captar algo que está além dos olhos. Então, já há algum tempo eu estava a fim de participar de algum projeto que me incentivasse a tirar mais fotos e desafiasse a minha criatividade, e esse projeto chegou!
Com um grupo de amigas, formamos o 4 on 4. Se você não conhece, o desafio consiste em postar em um dia específico de cada mês, no blog de cada uma, fotos tiradas por nós mesmas que podem estar sob um tema mensal ou não. Em teoria, o nome se dá pelo número de blogs x data da postagem, maaas como não vamos postar todo dia 4, deixei apenas projeto fotográfico mesmo.
Nosso tema esse mês de junho foi As Quatro Estações. Dessa vez, eu procurei seguir um caminho menos óbvio: as estações foram representadas no ciclo da depressão, ou, pelo menos, como é para mim. Não vou explicar cada uma das fotos e deixarei cada um interpretar da forma que lhe convêm,  mas convido a deixar nos comentários o que achou.
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     A Escuridão me encara com seus olhos melancólicos e me segura em seus braços frios e pesados de torpor. Ela não me larga e não consigo respirar. Inspiro e o ar se perde em algum lugar no caminho para os meus pulmões. Fujo e ela me alcança prendendo-me com garras fortes em seu mundo sem ar, sem luz, sem som, sem cores.
     O Medo é um sentimento terrível, andando sempre de mãos dadas com a Escuridão. Tenho medo de tudo. Da vida e da morte; de amar e não ser amada; da luz e da escuridão. O Desconhecido se mostra para mim como um estranho de sorriso malicioso e olhos maldosos. Fujo. Mas ele me acha, espera-me em cada esquina torcendo para que eu dê um passo em falso e caia sobre ele.
     Isolo-me. Entretanto, os pensamentos me perseguem como extensões do medo e do desconhecido, raízes negras espalhando-se pelo chão, subindo minha cama, infiltrando minha mente. Afundo cada vez mais na escuridão em minha alma. Ouço suas risadas dissimuladas e perturbadoras, vangloriando-se em voz alta por dominarem minha mente. Minhas lágrimas são prêmios, minha agonia um deleite. Eu tento e tento, mas não consigo me esconder.

     Desperto e há calor. Não é muito, mas o suficiente para esquentar as pontas de meus dedos. Não sei de onde o mormaço vem, mas aumenta. Esquenta meus pés, chega às minhas veias, aquece meu sangue e desperta meu coração. O mundo em tons de cinza começa a se colorir diante de meus olhos e redescubro a vida ao meu redor.
     A camada de gelo que me imobilizava se esvai, evaporando, escorrendo para longe, levando consigo toda a sujeira acumulada em mim, limpando e me purificando. O calor chega à minha alma, despertando-a, dando alegria, energizando meu corpo. Levanto-me, desfaço as amarras, ignoro as vozes meus ouvidos procurando derrubar-me.
     Estou viva e quente, e sou colorida.

Não deixem de conferir os trabalhos das outras meninas do projeto!
Mariana – O Mundo da Mari
Poliana – Bookworm Like
Raquel – Keel’s Little Things