Título Original: Shatter me
Título Brasileiro: Estilhaça-me
Autor(a): Tahereh Mafi
Ano: 2012
Editora: Novo Conceito
Páginas: 304
Sinopse: Juliette não toca alguém a exatamente 264 dias. A última vez que ela o fez, que foi por acidente, foi presa por assassinato. Ninguém sabe por que o toque de Juliette é fatal. Enquanto ela não fere ninguém, ninguém realmente se importa. O mundo está ocupado demais se desmoronando para se importar com uma menina de 17 anos de idade. Doenças estão acabando com a população, a comida é difícil de encontrar, os pássaros não voam mais, e as nuvens são da cor errada. O Restabelecimento disse que seu caminho era a única maneira de consertar as coisas, então eles jogaram Juliette em uma célula. Agora muitas pessoas estão mortas, os sobreviventes estão sussurrando guerra – e o Restabelecimento mudou sua mente. Talvez Juliette é mais do que uma alma torturada de pelúcia em um corpo venenoso. Talvez ela seja exatamente o que precisamos agora. Juliette tem que fazer uma escolha: ser uma arma. Ou ser um guerreiro.
Já li diversas resenhas de Estilhaça-me, umas positivas, outras negativas e ainda algumas neutras. De todas, uma frase chamou minha atenção, na qual eu concordo plenamente após ter lido o livro. A autora da resenha (desculpe-me, não me lembro do nome dela nem o blog), comparou o livro como uma ‘mistura de Jogos Vorazes e X-Men’. Realmente, se ambos os livros tivessem um filho juntos, provavelmente seria Estilhaça-me.
O que dizer sobre o livro… Eu gostei dele, realmente gostei. Achei legal a ideia de misturar dois temas. Mutação genética parece ser um assunto ‘exclusivo’ de x-men, porque não me lembro de ter visto livros que tratem do assunto. Mesmo filmes, geralmente, quando há mutações, são ocasionados depois de um experimento maluco, embora o final do livro tenha ficado muito x-men por outros motivos. E tenho um pouco de pena dos novos livros de distopia, pois com a moda de Jogos Vorazes sempre que o assunto for tratado agora, será livro ‘pós-JV’. E, bem, Jogos Vorazes não é nem de longe o pioneiro do assunto. Aliás, acho essa de comparar saga/livros algo muito chato, no sentindo de competição. Mas na hora de resenhar um livro, confesso, vem a ser uma mão na roda para ajudar a quem estiver lendo/ouvindo a ter um norte ou algo a se sustentar pra imaginar o livro.
“-Como é? – pergunto, cada palavra menos audível que a anterior – Lá fora?
No mundo real.É pior?Uma dor desfigura as feições bem definidas de seu rosto. Ele leva algumas batidas de coração para responder. Ele olha para fora da janela.
– Honestamente? Não tenho certeza se é melhor estar aqui dentro ou lá fora.”
Mas, voltando à resenha, achei que, para um primeiro livro de uma trilogia – e de estreia da autora – ele foi bem escrito, expondo e nos situando no tempo e acontecimentos. Ele não embarcou diretamente numa ação desenfreada, com muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, lutas, sangue e etc. Devo dizer que tenho preferencias a primeiros livros que, antes de sair ‘acontecendo’, eles nos deixa saber o mundo que se passa. Quando a história começa e termina na ação com informações fragmentadas durante a saga, em minha opinião, muito se perde, pois o que foi dito, acaba se perdendo no meio de tudo. A autora nos passou informações sobre a personagem e como está seu mundo durante o livro, de modo que temos uma visão mais completa do que está acontecendo, porque está acontecendo e o que vai acontecer.
Quanto ao fato da distopia, eu a achei muito mais plausível que Jogos Vorazes (e aqui, serei obrigada a comparar). Não foi necessário batalhas e guerras e revoluções para chegar ao nível que chegou, e sim as ações descuidadas e desenfreadas do homem. Não sei bem como explicar a diferença sem acabar soltando spoilers. Assim, em Jogos Vorazes, a Capital comanda sobre punhos de aço há anos e anos. Era uma minoria com um poder enorme atribuída de maneira estranha. As pessoas simplesmente aceitaram serem comandadas por eles sem fazer nada. Viram por anos seus entes serem mortos pela miséria e crianças arrastadas para as arenas. Isso e outras coisas, detalhes que acabam passando despercebidos, põem em cheque tal distopia. Mas em Estilhaça-me, achei que o modo com o qual a minoria tomou o poder, muito mais inteligente. As pessoas, claro, temem seus governantes, mas o medo maior não é deles. Usaram como apoio o que o homem fez contra o mundo, sua destruição. Eles não comandam pelo medo, mas pela promessa de que eles irão conseguir chegar a um mundo perfeito. De fato, as pessoas têm casa e alimentos, não estão subnutridas e em condições lastimáveis. Claro que a vida é dura, para impedi-los de ver a verdade do que está acontecendo, mas não é muito terrível.
“Não quero ser algo para ninguém se não para mim mesma. Quero fazer minhas próprias escolhas e nunca quis ser um monstro. Minhas palavras são lentas e firmes quando falo.
– Valorizo a vida humana mais do que você, Walter.”
Algo que não me agradou foi a repetição de palavras ou frases. Uma vez ou outra, em recurso de linguagem para dar ênfase, funciona, mas a maioria das vezes que as repetições ocorreram – e foram muitas, ficaram estranhas, como se fossem erro de digitação ter copiado mais de uma vez. E uma frase ou outra – e não sei se isso foi culpa do tradutor ou da versão original – ficaram meio confusas, sendo necessária a leitura uma, duas, ou até três vezes para entender, por exemplo, quem disse o que ou o que quis dizer. Mas, a maior parte do livro, é tranquila e fácil de ler. Como em Garotas de Vidro, a autora também se utilizou de palavras e frases riscadas durante o livro, indicando pensamentos rejeitados da personagem.
Muito me agradou a relação dos personagens e suas personalidades/princípios. A interação deles ficou harmônica, mesmo quando desarmônica. E também aprovei que o livro não foi tenso do inicio ao fim, graças a um personagem em questão que suavizou a trama com sua veia cômica. E, claro, o romance.
O trabalho da editora com a edição e arte do livro ficou de parabéns. Da gosto pega-lo na mão para ler. Entretanto, a capa eu achei um pouco deslocada. Linda, sim, verdade. Mas deslocada. Não achei que combinou muito com o livro, pelo menos de início. Não percebi erros de grafia ou digitação.
“Sua cabeça se levanta bruscamente como uma súbita explosão de energia. Seus olhos me encontram. Seu rosto está quase incólume; há apenas pequenos cortes e escoriações dos quais prestar contas. Focar-me no que lhe resta de familiar me dá um pouco de calma.”
Resenha desenvolvida por Maria Salles.
Todos falando desse livro(teve uma época que só vi resenha de "Estilhaça-me" de um lado pro outro, pura tortura) e eu aqui ainda tentando não criar expectativa ou não matar alguém pra ter o livro e tudo mais.
Boa resenha, como não o li ainda, não posso concordar ou discordar com o que você falou sobre o livro, mas quem sabe mais no futuro, entremos em uma discussão sobre isso.
Concordo com tudo o que vc falou… Para um primeiro livro mto bem escrito, falhando apenas na repetição exagerada de palavras e expressões! Parabéns pela resenha moça!
Beijos,
Nica
Também achei que a autora mandou muito bem, apesar desse ser seu primeiro livro. Eu amei o livro, amei a narração, amei tudo, até o vilão.
http://somos-adolecentes.blogspot.com.br/