Ficha Técnica
Título Original: Zodiac
Título Brasileiro: Zodíaco
Autor(a): Robert Graysmith
Ano: 2007
Editora: Novo Conceito
Páginas: 416
Sinopse: Aterrorizando a cidade de San Francisco desde 1968, o serial killer Zodíaco, em cartas cheias de escárnio enviadas aos jornais, escondia pistas sobre sua identidade e usava astuciosas mensagens criptografadas que desafiavam as maiores mentes decifradoras de código da CIA, do FBI e da NSA. Nessa época, o autor, Robert Graysmith, era o cartunista de política do maior jornal do norte da Califórnia, o San Francisco Chronicle, de forma que estava lá quando cada uma das cartas criptografadas, cada mensagem codificada, cada farrapo de roupa ensanguentada das vítimas chegou à redação. Esta é a história real de uma caçada que se estende por mais de duas décadas e que ainda persiste. Ao longo dos anos, apenas fragmentos das cartas do Zodíaco foram revelados pela polícia ou reproduzidos e reimpressos pelos jornais. Neste livro está cada palavra que o Zodíaco escreveu à polícia.
Eu sou uma amante quase incondicional de romances policiais. Aliás, não apenas livros me atraem, mas filmes e séries também fazem a minha alegria. Entretanto, fico sempre com um pé atrás quando a história é baseada em algo que aconteceu de verdade. A narrativa fica pesada e ainda mais sombria. Mesmo tendo adiado a leitura, tomei coragem e me pus a ler Zodíaco.
Robert, munido de entrevistas com suspeitos, vítimas e investigadores, arquivos do caso, relatos, e, claro, as cartas do assassino, romantizou a caçada que assustou os Estados Unidos no final da década de 60 e inicio da de 70. Eu, que não vivi aquele terror, fiquei assustada com os acontecimentos e chocada com cada tipo louco de gente que há no mundo.
A escrita de Robert é cheia de detalhes, às vezes – e ele avisa quando acontece isso – o relato é apenas suposição do que realmente aconteceu com base nas evidências, levando em consideração que muitas das vítimas foram fatais (Muitas? Quase todas, apenas 3 sobreviveram para contar história). A maior parte do tempo, ele descreve os esforços da polícia para descobrir quem é o assassino, tentando desvendar a loucura do homem para tentar chegar até ele. Não é fácil.
“Fui tomado por várias emoções, mas principalmente senti muita raiva diante da frieza, arrogância e insanidade do assassino”
Não espere um romance policial estilo Agatha Christie, pois você não vai encontrar isso. O mistério do Zodíaco é grande e cheio de suposições, e o autor precisou de oito anos de pesquisa profunda para conseguir reunir informações para o livro. Muitas coisas ali naquelas linhas nunca haviam sido antes publicadas ou divulgadas, como as cartas do assassino completas. Aliás, o autor até ajudou a polícia com sua investigação. Por ele ser civil, podia fazer muitas coisas que as leis que dirigem a polícia os impediam e sua determinação obsessão em encontrar o Zodíaco o fez ir a fundo à investigação e ver coisas que, às vezes, os detetives não viam. Um olhar de fora, sabe como é.
Vale lembrar, o livro foi publicado originalmente, nos Estados Unidos, em 1986, ou seja, a força policial ainda estava meio abalada com esse homem que chegou de repente, zombando dos policiais, matando pessoas a sangue frio e enviando cartas que davam medo. O livro só chegou ao Brasil em 2007 pela Novo Conceito.
Preciso avisar duas coisas: não é uma leitura fácil. Sangue, loucura, sadismo e mais sangue e muita morte inundam as páginas. Um suspense, não sabemos o que ele fará a seguir, quem, como ou onde ele irá matar. E tudo realmente aconteceu, o que pode, como eu, te deixar um tanto abalada. Outra coisa, que apesar de ser um pequeno spoiler, sou obrigada a alertar, pois já vi gente que leu ou viu o filme esperando por um final e acabou se decepcionando: não é revelado o assassino. Digo, a polícia não conseguiu prendê-lo. A lista de suspeitos chegou até 250 nomes, e dois deles eram os preferidos nos quais um em especial é a aposta do autor, mas o Assassino do Zodíaco é considerado um dos acontecimentos mais aterrorizantes. Seus assassinatos brutais e insanidade só perdem para outro misterioso assassino: Jack, o estripador. Olhe só o nível do cara.
“Mais uma vez, Barnell me garantiu que estávamos completamente sós. Mas eu podia ouvir, fraco, mas inequivocamente, o som lento, metódico e brando de passos no andar de cima.”
Eu realmente gostei do livro, mas minha opinião pode ser meio duvidosa, pois, como já disse lá em cima, romances policiais me atraem e eu praticamente gosto de todos, quando bem escritos. Achei que Robert fez um bom trabalho ao redigir os anos de investigação de uma maneira que não ficasse massiva ou chata, como se ele nos abrisse a boca e obrigasse a engolir as informações. Achei interessante também a forma que o autor marcou os capítulos do livro, por nome dos suspeitos ou vítimas, e a narrativa feita em forma de diário, deixou mais fácil de ler e assimilar o tanto de informação.
Enfim, se você também é fã de livro policial como eu, leia. É bem interessante! E eu achei que a resenha seria minúscula… ahaha
Resenha desenvolvida por Maria Salles.