Título Original: Casablanca
Título Brasileiro: Casablanca
Direção: Michael Curtiz
Ano: 1942
Duração: 102 minutos
Elenco: Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Paul Henreid e Claude Rains.
Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos fugitivos tentavam escapar dos nazistas por uma rota que passava pela cidade de Casablanca. O exilado americano Rick Blaine (Humphrey Bogart) encontrou refúgio na cidade, dirigindo uma das principais casas noturnas da região. Clandestinamente, tentando despistar o Capitão Renault (Claude Rains), ele ajuda refugiados, possibilitando que eles fujam para os Estados Unidos. Quando um casal pede sua ajuda para deixar o país, ele reencontra uma grande paixão do passado, a bela Ilsa (Ingrid Bergman). Este amor vai encontrar uma nova vida e eles vão lutar para fugir juntos.
Trailer:
Começo a categoria Filmes Clássicos com um filme conhecidíssimo, mas que as gerações mais novas – infelizmente – pouco conhecem. Casablanca é um filme dos anos quarenta e rendeu vários Oscars, inclusive o de melhor filme. Apesar de ter tido uma grande estreia nos cinemas, foi só com o passar do tempo que o filme tornou-se realmente popular, tanto que é considerado um dos maios filmes da história do cinema americano. Honra pra bem poucos.
Com a duração de uma hora e quarenta, o filme tem uma belíssima trilha sonora e fotografia, além do casal de atores principais que foram aclamados pela crítica e elogiados pela performance. De fato, Bogart e Bergman tem uma química inquestionável, até diria invejável. Ambos carregam a trama com maestria tamanha que são um dos casais mais conhecidos e clássicos do cinema (reconhece a frase “Nós sempre teremos Paris”?).
As quase duas horas de filme passam rápido com o desenrolar da trama, que, aliás, foi algo bem feito. Não houve enrolações ou cenas inúteis, passaram os fatos importantes de uma maneira fluída e interessante. O roteiro foi bem feito, equilibrando diálogos cômicos, sérios e românticos. A trilha sonora que a acompanhou é uma delícia, sem mais, dando uma leveza ao filme.
A abordagem do romance em meio à guerra não foi feita de maneira clichê. Os personagens não estão em meio ao caos da guerra e se apaixonam perdidamente que dariam a vida um ao outro e blábláblá. É um romance maduro de dois adultos que se conheceram numa época e voltaram a se encontrar num período conturbado, que devem medir suas ações quando quanta coisa está em jogo – amores, virtudes, vidas. E a guerra mostrada ali é apenas os conflitos políticos numa ‘terra de ninguém’, dois lados querendo se impor, mas que não possuem real poder ali.
Casablanca é um filme gravando em preto e branco, o que, na minha visão, só contribui para sua beleza. Muita gente pensa que, por ser em preto e branco, a qualidade cai, ainda mais por ser antigo. Claro, não devemos comparar algo como Avatar à Casablanca, mas se formos considerar a época que foi filmada, o filme foi muito bem produzido. Além do mais, não havia a necessidade de efeitos, sendo um filme urbano e sem nada de sobrenatural nele.
E, falando em beleza, Ingrid Bergman está linda, elegante e divina. Suas expressões, sejam elas as mais sutis, eram perfeitas. Fiquei apaixonada pelas roupas que ela usava, e nem perco tempo em destacar sua beleza. Em um tempo em que intervenções cirúrgicas não existiam, ela sim pode ser considerada um ícone de beleza. Prestem atenção na cena em que ela pede a Sam, o pianista, para tocar uma música – a música. A expressão corporal dela, a hesitação, a maneira que ela olha para a mesa e depois novamente para o homem, com a mão no pescoço e, então, o sorriso. Uma das minhas cenas favoritas, essa dos dois juntos.
Humphrey Bogart, seu par romântico, foi um dos maiores galãs da época, apesar de eu – e provavelmente a minha geração também – não o achar muito bonito, mas sua elegância e a rispidez do personagem atribuem um caráter melancólico e misterioso, compensando, juntamente às habilidades de atuação, e logo depois de vinte minutos de filmes esquecemo-nos desse detalhe de beleza.
No geral, o filme me agradou, e muito. Honestamente, não esperava tanto do filme pela época em que fora gravado, mas mordi minha língua com prazer ao constatar que não era necessário tantas artimanhas que utilizamos hoje para poder fazer um bom filme – ótimo, nesse caso. É uma fortíssima recomendação, um filme que você deve assistir.
As Time Goes By, escrita por Herman Hupfeld, foi escrita em 1931, mas tornou-se mundialmente famosa em 1942, na voz de Dooley Wilson, o pianista Sam de Casablanca. Confiram a versão do filme, lindíssima:
Resenha desenvolvida por Maria Salles.
Adorei sua resenha! Com certeza quem não assistiu vai ficar com vontade de ver o filme!